sexta-feira, 6 de abril de 2018

Considerações sobre o plano do economista Paulo Guedes para o candidato Bolsonaro - 8ª parte – “Desestatização”

Martim Berto Fuchs

8 - Desestatização

“Privatizações de estatais e serviços públicos, com uso dos recursos para reduzir dívida pública.”

Considerações sobre a proposta de Paulo Guedes
Antes, uma colocação. Analiso o Brasil como uma Monarquia Republicana, onde continuamos com uma Corte atuante, composta por monarquistas, conservadores, liberais e socialistas. Estes últimos, na data em que escrevo (05/04/18), depois de apenas 15 anos freqüentando os salões da mesma, e desfrutando das benesses com as quais são agraciados seus membros, foram descartados, jogados na lata de lixo da história.
Infringiram regras básicas, que norteiam a Corte desde 1889, quais sejam:
1.Locupletar-se pode, desde que não deixe o barco afundar, o que prejudicaria a todos, e os socialistas com o pouco tempo no poder, quase afundaram o barco.
2.O trono, ou a cadeira de Presidente, é disputado entre os comensais, não sendo permitido que um dos grupos tentem expulsar o outro; tem para todos, desde que saibam como repartir. Os socialistas tentaram e trabalharam para expulsar os outros três grupos e repartir o butim apenas entre os seus. Em data de ontem (04.04.18) foram expulsos, e seu líder máximo, e único, teve a prisão decretada.
Isto posto, vamos as considerações.

Venda de estatais
Especula-se quanto a quantidade de empresas estatais no Brasil. Dos números que já li, ficarei com o de 150.
Privatização pura e simples destas empresas, rapidamente, na minha opinião, é um erro.
Antes de iniciar o processo de “vendê-las” para a iniciativa privada (leia-se empresários da Corte) aos preços camaradas sempre praticados - além de financiados pelo BNDES a juros subsidiados-, será obrigação do novo governo, forçar, via Congresso, a alteração de algumas das regras vigentes para as mesmas, e aplicar outras, tais como:
1-Administração profissional.
2-Acabar com a garantia de emprego.
3-Como acionista majoritário, cobrar destas administrações profissionais, eficiência e produtividade, sem necessariamente apelar para o lucro à qualquer preço, como muitas empresas privadas fazem, particularmente à custa dos seus trabalhadores, e, também na diminuição da qualidade dos seus produtos.
Depois destas medidas, a venda destas empresas se torna bem mais atraente e lucrativa, podendo então os governos se dedicarem as suas obrigações Constitucionais, que devem ser preferencialmente saúde, educação, segurança e infra-estrutura.
Com os socialistas fora da Corte, deverá ser mais fácil fazer passar medidas saneadoras. É óbvio que ainda permanecerão os mamadores contumazes e esses também precisam ser enfrentados.

“...com uso dos recursos para reduzir dívida pública”.
Errado. Reduzir a dívida pública com os recursos da venda de estatais e permitir que a drenagem de recursos públicos permaneça em outra e maior instância, é enxugar gelo com toalha quente. Seria mais uma vez um quebra galho momentâneo, que daria uma satisfação a rentistas e agradaria os empresários da Corte, que voltariam a investir com recursos do BNDES, para perder logo adiante.
Os recursos da venda de estatais, devem servir para investimentos em saúde, educação, segurança e infra-estrutura.

“Reduzir dívida pública”
Temos no Brasil 11 milhões de pessoas nas folhas de pagamento do Estado, considerando os três níveis e os três poderes.
Qualquer empresa especializada, destas que trabalham para empresas privadas na área de organização, eficiência e conseqüente produtividade, começando pelo organograma e a quantidade de pessoas necessárias, chegaria a conclusão, mediante estudos nem tão complexos, que metade desses 11 milhões de empregados públicos estão sobrando.
Isto significa recursos desviados das áreas a que o Estado tem obrigação, de aproximadamente R$ 286 bi/ano, sem levar em conta a despesa que essas pessoas geram, que deve somar outro tanto.

Para conseguir isto, agora que já foram expulsos os inúteis socialistas, temos que “fechar” a Corte, acabar com nossa Monarquia Republicana, onde se locupletam há mais de um século monarquistas, conservadores e liberais, e partir para uma República verdadeiramente Democrática, onde se passe a considerar e respeitar que povo somos todos, e privilégios e outras sinecuras deixem de agraciar uma minoria, vergonhosamente uma casta, esta encastelada no Estado, desde 1808.


Nenhum comentário: