sábado, 3 de fevereiro de 2018

Mais de mil autoridades podem perder carros oficiais

Gil Castelo Branco
(*)

O Palácio do Planalto prepara a publicação de um decreto que barra o uso de carros oficiais a mais de mil autoridades do governo federal. A proposta foi criada pelo Ministério do Planejamento com o objetivo economizar recursos públicos ao restringir o uso desses veículos ao presidente da República e seu vice, além de ministros de Estado, comandantes das Forças Armadas e ex-presidentes.

De acordo com a equipe do Planejamento, o novo decreto vai baixar de 1.114 para 98 o número de autoridades que podem usar veículos oficiais para se deslocar. Ficaram de fora, por exemplo, secretários de ministérios, chefes de gabinetes e presidentes de autarquias e fundações.

Segundo a Pasta, as autoridade locadas em Brasília que perderem o direito ao carro oficial vão se deslocar com o TáxiGov. “O aplicativo está em plena operação, as autoridades utilizarão esse sistema de transporte – assim como cerca de 25 mil servidores e colaboradores de 24 órgãos cadastrados que já utilizam essa solução de mobilidade”, explicou a Pasta.

No caso das demais Unidades da Federação (UF), as autoridades farão uso dos veículos de serviço (modelo básico) que já atendem aos órgãos.
Os veículos que deixarem de ser utilizados com a implantação do TáxiGov poderão ser encaminhados para atividades finalísticas do próprio órgão, leiloados ou doados, dependendo das condições apresentadas por cada um dos veículos (e de acordo com a legislação vigente).

A economia estimada pelo governo federal é de aproximadamente R$ 101 milhões/ano. O montante está sujeito a revisão pelo fato de a proposta de decreto ainda estar em fase de análise na Casa Civil. A economia é baseada na utilização do TáxiGov (que foi iniciada em fevereiro de 2017) e com a redução de carros oficiais por autoridades no Executivo Federal.

De acordo com o jornal Valor Econômico, o  ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, defendeu o fim dos carros oficiais no Executivo federal ao dizer que o sistema usado hoje pelos servidores, o TaxiGov, será estendido para os cargos de alto escalão. "Com isso, acabamos com carro oficial. Isso não deveria mais existir no governo federal", disse.

A alteração no modelo de transporte do governo é uma iniciativa para tentar diminuir os gastos correntes do Poder Executivo, que alcançam R$ 21,7 bilhões em 2017 de acordo com o Painel de Custeio Administrativo do Ministério do Planejamento. Só o gasto com combustíveis e lubrificantes atingiu R$ 154,8 milhões no ano passado, de acordo com os dados da pasta.

Principalmente a partir da criação do teto de gastos, as despesas da máquina pública estão limitadas pelas obrigatórias. Para este ano, o governo já admite um bloqueio de recursos no Orçamento. Dados do Tesouro indicam a necessidade de contingenciamento de até R$ 21,4 bilhões.

TáxiGov
O modelo atende servidores e colaboradores do Executivo Federal, em exercício no Distrito Federal, que necessitam se deslocar em função de atividades administrativas. Segundo o secretário de Gestão, Gleisson Rubin., desde sua implantação, em fevereiro de 2017, o TáxiGov vem se mostrando como uma estratégia de solução de mobilidade que permite a modernização da gestão pública com uso de recursos tecnológicos de ponta, com significativa redução dos gastos e maior racionalidade e padronização do serviço.

Em menos de um ano, mais de 24 mil servidores e colaboradores foram cadastrados no sistema. O uso do TáxiGov gerou uma economia de R$ 2,9 milhões, valor que representa 60,5% de economia em relação aos modelos utilizados anteriormente. O tempo médio de atendimento das solicitações é de oito minutos. Ao todo, cerca de 75 mil viagens foram solicitadas desde fevereiro de 2017.

Contas Abertas

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  a pergunta é:  - E os motoristas, cujos salários anuais somam mais do que o valor do carro, continuam na folha de pagamento ?
A maneira leviana com que é tratado o dinheiro do contribuinte extorquido, é de arrepiar. Eles não tem nenhum escrúpulo de viver como nababos, com o dinheiro que não lhes pertence.
O mesmo ocorre nos estados e municípios. As 4 obrigações básicas do Estado, saúde, educação, segurança e infra-estrutura, estas estão jogadas as traças.


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