sexta-feira, 31 de março de 2017

Presidente da China vai se reunir com Trump na Flórida

FABRICE COFFRINI, MANDEL NGAN
(*) 

O presidente da China, Xi Jinping, será recebido nos dias 6 e 7 de abril por Donald Trump na residência que o presidente americano tem na Flórida, anunciou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, o que encerrou semanas de especulações.

A reunião acontecerá em Mar-a-Lago, a residência de verão de Trump, informou o porta-voz do ministério, Lu Kang.

Por alguns meses um encontro do tipo parecia improvável porque durante a campanha eleitoral o então candidato do Partido Republicano acusou a China de "roubar" milhares de empregos dos americanos, ao mesmo tempo que ameaçou impor taxas de importação adicionais aos produtos chineses.

A Casa Branca confirmou o encontro. Trump e a esposa organizarão uma jantar em homenagem ao presidente chinês e sua esposa no dia 6.
Antes de viajar até a Flórida, Xi Jinping fará uma visita de Estado a Finlândia, sua primeira escala na União Europeia em 2017.

O presidente chinês será o segundo governante estrangeiro recebido por Trump em Mar-a-Lago desde que tomou posse em janeiro.
No mês de fevereiro, o presidente dos Estados Unidos recebeu no mesmo local o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe

Em novembro, logo depois da eleição, Trump irritou Pequim ao insinuar que poderia modificar a histórica posição diplomática dos Estados Unidos a respeito da China, adotada em 1979, que reconhece o princípio de uma China única.

A estratégia permite a China proibir que Taiwan tenha contatos oficiais com outros países.
Trump aceitou uma ligação da presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, e depois ameaçou a China com uma guerra comercial.

Mas em fevereiro a situação acalmou, depois que os dois presidentes conversaram por telefone e Trump assegurou a Xi Jinping que respeitará o princípio de China única, o que abriu a perspectiva de um encontro.

De acordo com fontes diplomáticas em Pequim, o agendamento da reunião deve servir para que ambos se conheçam, deixando temas delicados para um futuro, com declarações de cortesia e evitando as divergências sobre comércio, relações internacionais e direitos humanos.

Apesar da perspectiva, parece difícil que os dois lados consigam evitar os temas complicados para a relação.

"A reunião de cúpula e mais amplamente o futuro da relação entre China e Estados Unidos devem abordar temas que o governo de Trump já colocou no centro do debate: comércio, Coreia do Norte, mar da China meridional e Taiwan", opina Henry Levine, analista do Albright Stonebridge Group.

AFP - Agence France-Presse

(*) Adendo postado pelo editor do blog-MBF:
“Agora, fontes do Pentágono estão dizendo que esperam algum tipo de jogo final da batalha pelo planeta Terra, em torno de Julho. Um encontro entre o presidente chinês Xi [Jinping] e Trump, em Abril, preparará o palco para um encontro de cúpula de Trump com o [presidente russo Vladimir] Putin, em Julho, para acabar com os conflitos na Síria e na Ucrânia e impor uma solução de dois Estados a Israel e oportunidade em que um reset global de moedas poderá acontecer", dizem fontes do Pentágono”. Benjamin Fulford 

Rio não tem dinheiro, mas gasta R$ 750 milhões com uma quadrilha

Jonas Lopes

Se realmente for verdade que cinco dos sete ministros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) são corruptos, a grave crise na qual o estado está mergulhado será mais uma vez tributada a estes senhores, que deveriam fiscalizar as contas públicas, mas, pelo que apontam dados preliminares da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da força-tarefa da Operação Lava Jato, estavam se beneficiando do esquema de corrupção em contratos firmados por algumas empreiteiras e o governador Sérgio Cabral com sua gangue.

Como se fosse pouco que estes conselheiros do TCE exigissem um “mensalão” para que os valores estranhos nas contas do governo estadual fossem aprovados sem questionamentos, há ainda o agravante do custo anual do tribunal. Com dez vezes mais municípios para fiscalizar que o Estado do Rio, o orçamento do tribunal de contas de Minas Gerais foi de R$ 680 milhões, enquanto o orçamento do TCE-RJ em 2016 foi de R$ 750 milhões. O custo é também maior que o do Estado de São Paulo, cujo TCE não ultrapassou os R$ 650 milhões.

Além de todos os desvios de dinheiro – e são muitos – que poderão vir à tona com o avanço da Lava Jato no TCE-RJ, o custo oficial do tribunal de contas já chama atenção por corresponder a metade da folha de pagamento com aposentados e pensionistas de todo o Estado do Rio de Janeiro. Estes aposentados e pensionistas são os mesmos que não estão recebendo seus vencimentos há meses justamente por culpa do assalto da gangue do guardanapo aos cofres públicos nos últimos 10 anos. E agora, sabe-se, com ajuda de conselheiros do TCE.

'Delação de Jonas Lopes pode derrubar boa parte da Alerj, diz deputado'

'Jorge Picciani entra no alvo de delação do ex-presidente do Tribunal de Contas'
Os alvos da Operação O Quinto do Ouro são investigados por fazerem parte de um esquema de pagamentos de vantagens indevidas que pode ter regularmente desviado valores de contratos com órgãos públicos para agentes do Estado, em especial membros do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), de acordo com informações da Polícia Federal. O esquema seria relacionado ao período do governo de do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), preso deste o ano passado.

São alvos de prisão preventiva cinco dos sete membros do Tribunal -- Aloysio Neves, atual presidente; Domingos Brazão, vice-presidente; José Gomes Graciosa, conselheiro; Marco Antônio Alencar, conselheiro; e José Maurício Nolasco, conselheiro. Um ex-integrante do TCE também é alvo de mandado de prisão, mas o nome dele não foi divulgado.

Aloysio Neves, José Gomes Graciosa e Domingos Brazão foram presos ainda pela manhã.

As ações, realizadas desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, foram determinadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Por se tratar de uma investigação que tem como alvos membros de um Tribunal de Contas Estadual, os trabalhos correm sob a Presidência de um Ministro do STJ, no curso de um Inquérito Judicial.

As informações que embasaram a decisão do STJ tiveram origem numa colaboração premiada realizada entre dois investigados e a Procuradoria Geral da República (PGR), entre eles o ex-presidente do órgão, Jonas Lopes Carvalho. A delação premiada de Jonas Lopes levou à ação contra os conselheiros em pelo menos dois esquemas de propina, em contrapartida ao favorecimento na análise de contas e contratos sob fiscalização no Tribunal, como de empreiteiras e empresas de ônibus que operam no estado do Rio.

Ainda segundo a Polícia Federal, agentes públicos também teriam recebido valores indevidos para viabilizar a utilização do fundo especial do TCE/RJ para pagamentos de contratos do ramo alimentício atrasados junto ao Poder Executivo do Estado do Rio de Janeiro, recebendo para tal uma porcentagem por contrato faturado.

O nome da operação é uma referência à figura histórica do “Quinto da Coroa”, um imposto correspondente a 20% que a Coroa Portuguesa cobrava dos mineradores de Ouro no período do Brasil Colônia. Uma das mais conhecidas formas de recolhimento, ocorria mediante a obtenção de "certificados de recolhimento" pelas casas de fundição. Apesar do rigor na criação de urna estrutura administrativa e fiscal, visando sobretudo a cobrança dos quintos, o imposto era desviado. Afonso Sardinha, o moço, em seu documento (1604), declarou que guardava o ouro em pó em vasos de barro. Outro uso comum era o de imagens sacras ocas para esconder o ouro (daí a expressão "santo do pau oco").

Jonas Lopes

Ex-Presidente do TCE-RJ

Jornal do Brasil

quinta-feira, 30 de março de 2017

Insatisfação dos russos com a corrupção desafia o Kremlin

Pilar Bonet

Sucesso dos protestos liderados por jovens mostra uma atitude mais reivindicativa da sociedade

Moscou - O sucesso das manifestações contra a corrupção realizadas no domingo em dezenas de cidades da Rússia representa um desafio sério e inesperado para o Kremlin e, talvez, um ponto de virada da aceitação passiva da queda do padrão de vida e da abismal disparidade social, que caracterizaram os últimos anos, para uma atitude mais reivindicativa por parte da sociedade, sobretudo dos jovens.

As manifestações aconteceram em Moscou, São Petersburgo e grandes cidades como Yekaterinburg e Novossibirsk, mas também em localidades menores no Cáucaso, na Rússia meridional, nos Urais, na Sibéria e no Pacífico (ilha Sakhalin incluída). Trata-se pois de um fenômeno diferente das manifestações de 2011 e 2012, realizadas nas grandes metrópoles e protagonizadas, em grande medida, pela classe média ou alta (a chamada "intelectualidade criativa" que, em parte, emigrou) em protesto contra as irregularidades nas eleições parlamentares e presidenciais, respectivamente.

Um traço característico das passeatas de domingo foi a juventude de muitos participantes, estudantes do ensino médio. A reação pública do Kremlin, expressa por Dmitri Peskov, o chefe de Imprensa do presidente Vladimir Putin, foi acusar os organizadores de irresponsabilidade por levar menores de idade para a rua e, supostamente, colocar sua vida em risco. Peskov disse que Putin foi informado sobre a "tentativa de realizar um protesto ilegal na capital" e que o Kremlin avalia as manifestações "de forma sóbria", "sem exagerar, nem minimizar". O alto funcionário também insinuou que os organizadores podem ser processados por prometer compensações financeiras aos manifestantes.

O Kremlin, disse ele, teme que "alguém continue utilizando os cidadãos ativos para seus fins, encorajando as pessoas a participarem de protestos ilegais". O Kremlin respeita os direitos dos cidadãos, mas "não podemos mostrar o mesmo respeito a quem, de forma consciente, confunde as pessoas (...) incitando a ação ilegal". Peskov evitou falar da falta de cobertura informativa pelas emissoras de televisão estatais, que não noticiaram as manifestações. Os protestos de domingo em Moscou e em outras regiões são fruto da "provocação" e da "mentira" e as emissoras estatais "mostram o que consideram importante e significativo", declarou. Dmitri Medvedev, o político que foi o estopim das passeatas (por sua suposta ligação com um império de imóveis de luxo), passou o domingo esquiando, conforme deixou claro em uma breve mensagem no "Instagram".

Os analistas políticos tentam sondar qual será a reação do Kremlin e procuram pontos de referência no passado. A Revolução de Fevereiro de 1917 (cujo estopim foram os protestos dos habitantes de Petrogrado contra a escassez de pão e as condições econômicas e sociais sobre o pano de fundo da Primeira Guerra Mundial) também é um ponto de referência. O protesto de domingo "tornou menos maçante a tarefa das autoridades de passar sem comoções o centenário da revolução", escreveu o analista e ex-diplomata russo Aleksandr Baumov, na página Carnegie.ru. Baumov aconselha os dirigentes russos a "não repetir" os "erros fatais" cometidos pelos os dirigentes na revolução de 1917. "As autoridades que assumiram a tarefa de enfrentar a rebelião melhor que o infeliz último imperador terão de encontrar o estreito caminho entre a firmeza e a força excessiva", apontava.

Os atos de domingo também evocam os protestos contra a corrupção nas altas esferas do Partido Comunista da União Soviética no final dos anos 1980. Aquelas manifestações levaram ao poder Boris Yeltsin, cuja carreira política durante a "perestroika" se baseou em uma campanha populista contra a corrupção.

"O protesto de domingo em Moscou era verdadeiramente contra a corrupção", dizia a socióloga Tatiana Vorojeikina, que participou da passeata. A socióloga se surpreendeu com "a falta de medo dos participantes, que não eram crianças iludidas, como dizem alguns, mas jovens adultos e cidadãos conscientes, que sabiam o que queriam". Pela primeira vez em muitos anos, apontava Vorojeikina, "concentraram-se o protesto social e político e [o líder opositor Alexei] Navalny, que muitos manifestantes não apoiavam, acertou ao encontrar o tema que mobiliza os cidadãos". Na passeata de Moscou ouviam-se palavras de ordem como "Putin ladrão" e "Rússia contra Putin".

A polícia, segundo diversos manifestantes, agiu com truculência. Para aumentar o ambiente de insatisfação na Rússia, os caminhoneiros organizaram, na segunda-feira, uma jornada de protesto durante a qual um veículo foi incendiado no centro de São Petersburgo. Um dos organizadores foi detido. Houve detenções em outras cidades russas como Tula, Krasnodarsk e Stavropol. Os caminhoneiros se queixam do aumento das taxas de uso das estradas federais, que subirão 25% em abril.

El País

PF desmantela Tribunal de Contas do Rio por fazer vista grossa em troca de propinas

MARÍA MARTÍN
(*)

Força-tarefa prende cinco dos sete conselheiros do TCE por suspeita de corrupção e interroga Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa

Uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público colocou na mira a cúpula do Tribunal de Contas do Rio, o órgão responsável por fiscalizar e julgar as contas do Governo do Estado. Cinco dos sete conselheiros do TCE tiveram a prisão preventiva decretada por serem suspeitos de envolvimento em, pelo menos, dois esquemas de arrecadação de propina em troca de fazer vista grossa diante de irregularidades de empreiteiras e empresas de ônibus do Estado, revelou o jornal O Globo.

A operação tem mais um peixe grande como alvo: o presidente de PMDB no Rio e presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani. O homem que mais influencia política exerce hoje no Rio foi levado a depor coercitivamente, mas ainda não foi revelada qual seria sua relação com esquema. Picciani já foi mencionado em outras investigações em curso. O depoimento de uma executiva da Carioca Engenharia no âmbito da Operação Lava Jato apontou que Picciani vendeu, através de uma das suas empresas, cabeças de gado superfaturadas para a construtora gerar caixa dois destinado ao financiamento eleitoral. O nome de Picciani, segundo publicou O Globo, também apareceria na delação dos executivos da Odebrecht.

Entre os presos preventivamente na manhã desta quarta estão os conselheiros Aloysio Neves, atual presidente, e Domingos Brazão, indicações diretas do PMDB no Rio. Neves foi por 15 anos chefe de gabinete de Picciani e do ex-governador preso, Sérgio Cabral, na presidência da Alerj. Foi eleito, em 2010, conselheiro do Tribunal. Já Brazão era deputado estadual pelo PMDB até o ano passado, quando foi escolhido pela Alerj, comandada por Picciani, para assumir uma das vagas de conselheiro do Tribunal.

Outro dos conselheiros presos, José Gomes Graciosa, já foi julgado e absolvido por corrupção passiva por suposto recebimento ilícito em troca de votos para beneficiar uma empresa. O conselheiro Marco Antônio Alencar, por sua vez, tinha sido apontado em delações premiadas como a pessoa que indicou o operador do próprio Tribunal para tratar dos pagamentos ilícitos. Por último, José Maurício Nolasco teve seu nome citado em delações, já em junho, como recebedor de propina. A ação contra os conselheiros deve seguir no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tem a atribuição para processar e julgar integrantes de tribunais de contas.

A conselheira Marianna Montebello foi a única a não ser alvo da PF. O sétimo conselheiro, o ex-presidente do Tribunal Jonas Lopes de Carvalho Filho, também suspeito de corrupção, foi quem comprometeu os colegas em delação premiada. A delação de Carvalho Filho e do filho dele, Jonas Lopes de Carvalho Neto, homologadas pelo Superior Tribunal de Justiça, já se esperava explosiva e ainda ameaça desequilibrar a cúpula do poder fluminense.

Jonas decidiu colaborar com a Justiça após seu nome começar a pipocar nos depoimentos de empreiteiros nos últimos meses e ser alvo de outra operação da PF em dezembro. Ele é suspeito, entre outras coisas, de ter cobrado propina para aprovar o edital de concessão do estádio do Maracanã e o relatório de contas da linha 4 do metrô do Rio, conforme relatou o ex-diretor de Contratos da OdebrechtLeandro Azevedo. Presidente do órgão desde 2011, ele era responsável por cuidar dos processos fiscalizadores de grandes obras hoje suspeitas. Só no caso do Maracanã, 21 de 22 desses processos ficaram parados na gaveta.

As suspeitas pairavam sobre o tribunal meses antes inclusive da prisão do ex-governador Sergio Cabral em novembro, acusado de se beneficiar de propinas de grandes empreiteiras que atuavam no Estado. Conforme declararam executivos da Andrade Gutierrez e a Carioca Engenharia nas suas respectivas delações, os membros do Tribunal cobravam 1% do valor de cada contrato para facilitar o andamento das obras.

A operação, batizada de O Quinto do Ouro, é uma referência à figura histórica doQuinto da Coroa, um imposto correspondente a 20% que a Coroa portuguesa cobrava dos mineradores de ouro no período do Brasil Colônia.

EL PAÍS

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  há décadas venho afirmando que políticos que não conseguem renovar mandato nas urnas, ou, que são leais e confiáveis aos interesses dos donos dos partidos, acabam como ministros dos Tribunais de Conta.
O que surpreende é que só agora estão sendo desmascarados pela Polícia Federal e quem de direito. Deve ser pelos ventos saneadores da operação Lava Jato.
E, para cada Tribunal “superior”, um Palácio recheado de parasitas oriundos da grande família dos que sugam o Estado até secá-lo. E todos, depois, regiamente aposentados.
O Brasil sobrevive porque é maior do que o buraco que essa corja cava para enterrá-lo.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Bancos privados é que criam 97 por cento de todo o dinheiro – não os governos ou os bancos centrais

George Washington

O segredo bancário desconhecido tanto por economistas como por leigos que está a destruir a economia real (enquanto faz alguns nababos)

Quem cria a moeda?
A maior parte das pessoas supõe que a moeda é criada por governos... ou talvez pelos bancos centrais.
Na realidade – como foi observado pelo Banco da Inglaterra, o banco central britânico – 97% de toda a moeda em circulação é criada pelos bancos privados.

Empréstimos bancários = Criação de moeda a partir do ar
Mas como é que os bancos privados criam moeda?
Fomos ensinados que os bancos primeiro captam depósitos e a seguir eles emprestam esses depósitos às pessoas que querem contrair empréstimos.
Mas isto é um mito... O Banco da Inglaterra e o banco central alemão já explicaram que os empréstimos são concedidos antes de os depósitos existirem... e que os empréstimos criam depósitos.
A afirmação acima é de um vídeo oficial divulgado pelo Banco da Inglaterra. O Banco da Inglaterra explica :

Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=CvRAqR2pAgw

Todas as vezes que um banco faz um empréstimo, ele simultaneamente cria um depósito em contrapartida na conta bancária do tomador, criando dessa forma nova moeda. A realidade de como a moeda é criada hoje diverge da descrição encontrada em alguns manuais de economia:
Ao invés de os bancos receberem depósitos das poupanças das famílias e a seguir emprestarem tais poupanças, os bancos criam depósitos através da concessão de empréstimos.

Um conceito errado habitual é que os bancos atuam simplesmente como intermediários, emprestando os depósitos que os aforradores neles colocam. Nesta visão os depósitos são tipicamente "criados" pelas decisões de poupança das famílias e os bancos a seguir "emprestam" aqueles depósitos existentes a tomadores de empréstimos, como por exemplo empresas que procuram financiar investimentos ou indivíduos que querem comprar casas.

Na realidade, na economia moderna, os bancos comerciais são os criadores da moeda depositada... Ao invés de os bancos emprestarem a partir dos depósitos neles efetuados, o ato de emprestar cria depósitos – o inverso da sequência descrita tipicamente nos manuais.

Bancos comerciais criam moeda, na forma de depósitos bancários, ao fazerem novos empréstimos. Quando um banco faz um empréstimo, como para alguém que contrai uma hipoteca para comprar uma casa, ele tipicamente não faz isso dando-lhe um valor de milhares de libras de papel-moeda. Ele, ao invés, credita a sua conta bancária com um depósito da dimensão da hipoteca. Nesse momento é criada nova moeda.

Por esta razão, alguns economistas têm-se referido aos depósitos bancários como "moeda de caneta", criada com um rabisco de banqueiros quando aprovam empréstimos. Esta descrição da criação e moeda contrasta com a noção de que bancos só podem emprestar a partir de moeda pré-existente, esboçada acima. Depósitos bancários são simplesmente um registro de quanto o próprio banco deve aos seus clientes. De modo que eles são um passivo do banco, não um ativo que poderia ser emprestado.

Analogamente, o Federal Reserve Bank of Chicago na década de 1960 publicou um folheto chamado "Modern Money Mechanics" em que declara :
[Bancos] realmente não distribuem empréstimos a partir da moeda que recebem como depósitos. Se assim fizessem, nenhuma moeda adicional seria criada. O que eles fazem ao efetuar empréstimos é aceitar notas promissórias em troca de créditos nas contas à ordem do tomador.

O perito monetário e professor de teoria econômica Randall Wray explicou ao Washington's Blog que:

Depósitos bancários são promissórias do banco
Ao professor de teoria econômica Richard Werner – que obteve o seu PhD em economia por Oxford, foi o primeiro investigador Shimomura no Instituto de Investigação para a Formação de Capital no Banco de Desenvolvimento do Japão, investigador visitante do Instituto de Estudos Monetários e Econômicos do Banco do Japão, acadêmico visitante no Instituto de Estudos Monetários e Orçamentais do Ministério das Finanças e economista chefe de Jardine Fleming – foi-lhe concedido acesso para fins de estudo à contabilidade de um banco e confirmou que os bancos privados criam moeda quando eles simplesmente criam depósitos fictícios na conta de um tomador de empréstimo. Werner explica:

O que os bancos fazem é simplesmente reclassificar nas contas a pagar o ato da concessão do empréstimo como "depósito de cliente" e o público em geral, quando recebe um pagamento na forma de uma transferência bancária, acredita que uma forma de moeda foi paga ao banco.

Nenhum saldo é retirado para efetuar um pagamento ao tomador do empréstimo.

O banco não torna realmente disponível qualquer moeda para o tomador do empréstimo: Não se verifica nenhuma transferência de fundos de qualquer lugar para o cliente ou sequer para a conta do cliente. Não há uma redução igual no saldo de uma outra conta para custear (defray) o tomador do empréstimo. Ao invés disso, o banco simplesmente reclassificou os seus passivos, mudando a obrigação das "contas a pagar" decorrente do contrato do empréstimo bancário para uma outra categoria do passivo chamada "depósitos de clientes".

Apesar de o tomador do empréstimo ter a impressão de que o banco lhe transferiu moeda do seu capital, das reservas ou de outras contas para a conta do tomador (como na verdade afirmam erroneamente as principais teorias da banca, da intermediação financeira e da reserva fracionária), na realidade não é o caso. Nem o banco nem o cliente depositaram qualquer moeda, nem quaisquer fundos fora do banco foram para qualquer lugar a fim de fazer o depósito na conta do tomador. Na verdade, não houve depósito de quaisquer fundos.

O passivo do banco é simplesmente redenominado como "depósito bancário".
Os bancos criam moeda quando concedem um empréstimo: eles inventam um depósito fictício de cliente, o qual o banco central e todos os utilizadores do nosso sistema monetário consideram ser "moeda", indistinguível de depósitos "reais" não recém inventados pelos bancos. Portanto os bancos não concedem apenas crédito, eles criam crédito e, simultaneamente, eles criam moeda.

Ao invés de descarregar o seu passivo para distribuir empréstimos, os bancos simplesmente reclassificam os seus passivos com base em contratos de empréstimos de "contas a pagar" para a rubrica "depósito de clientes"...

Como os bancos fazem isto?
O professor Werner explica a razão porque os bancos – mas mais ninguém – podem criar moeda a partir do ar: é que eles são a única instituição isenta das regras normais de contabilidade. Especificamente, qualquer outra empresa estaria em infração por contabilidade fraudulenta se conjurassem nova moeda a partir do ar pela reclassificação de um passivo (isto é, contas a pagar) como um ativo (isto é, um depósito). Mas os bancos conseguiram isso através de isenções de modo que não têm de seguir as regras normais da contabilidade:

O que permite aos bancos criarem crédito e portanto moeda é a sua isenção das "Normas sobre o dinheiro do cliente" (Client Money Rules). Graças a esta isenção é-lhes permitido manterem depósitos dos clientes no seu próprio balanço. Isto significa que os depositantes que depositam sua moeda num banco já não são mais os possuidores legais desta moeda. Ao invés disso, eles são apenas um dos credores gerais do banco a que deve dinheiro. Isto também significa que o banco tem acesso aos registros dos depósitos do cliente mantidos com ele e inventa um novo "depósito de cliente" que não foi criado a partir de um depósito, mas ao invés é fruto da reclassificação em contas a pagar no passivo do banco em consequência de um contrato de empréstimo.

O que torna os bancos singulares e explica a combinação de concessão de empréstimos e tomada de depósitos sob o mesmo teto é o fato mais fundamental de que eles não têm de segregar contas de clientes e, assim, são capazes de entrar num exercício de "re-etiquetagem" e mistura de diferentes passivos, especificamente pela re-designação das contas a pagar dos seus passivos, verificadas quando entram em acordos de empréstimo, para uma outra categoria do passivo chamada "depósitos de clientes".

O que distingue bancos de não-bancos é a sua capacidade de criar crédito e moeda através da concessão de empréstimos, a qual é cumprida pela escrituração do que são realmente passivos de contas a pagar como depósitos imaginários de clientes. E isto por sua vez é tornado possível por uma regulamentação particular que transforma os bancos em entidades singulares: sua isenção das "Normas sobre o dinheiro do cliente". [Werner dá um exemplo concreto na lei britânica para instituições bancárias e não bancárias.]

Soa fraudulento?
O professor Werner também pensa assim. Mas ele também destaca mais alguns pontos importantes...
O que significa tudo isto? As implicações da criação de moeda pelos banca privada
Os economistas convencionais (mainstream) acreditam que a dívida privada nem mesmo "existe" como uma força atuante sobre a economia. Exemplo: Ben Bernanke e Paul Krugman assumem que níveis enormes de dívida familiar não prejudicam a economia porque mais dívida entre famílias significa apenas que poupadores lhes emprestaram moeda... isto é, que se trata de uma rede de lavagem (net wash) para a economia. Para fazerem esta suposição, eles confiam no mito desmascarado acima... que os bancos só podem emprestar quanta moeda tiverem nos seus depósitos. Na realidade, 143 anos de história mostram que a dívida privada excessiva – de per si – pode causar depressões.

Além disso, o professor Werne destaca que tentativas de escorar o sistema bancário com exigências de capital (tais como nos acordos de Basiléia) estão condenadas ao fracasso, uma vez que não reconhecem que os bancos podem criar moeda à vontade:

As regras de Basiléia estão condenadas ao fracasso, pois consideram os bancos como intermediários financeiros quando, nos fatos reais, eles são os criadores da oferta monetária. Uma vez que os bancos inventam moeda como depósitos fictícios, pode-se mostrar de imediato que a adequação de capital com base na regulamentação da banca não tem de restringir a atividade bancária: os bancos podem criar moeda e portanto providenciar para que a moeda fique disponível para comprar ações recém emitidas que aumentam o seu capital bancário. Por outras palavras, os bancos poderiam simplesmente inventar a moeda que é então utilizada para aumentar o seu capital.

Foi o que Barclays Bank fez em 2008, a fim de evitar a utilização de dinheiro dos impostos para escorar o capital do banco. O Barclays "levantou" £5,8 mil milhões em nova participação acionista junto a investidores de riqueza soberana do Golfo – ao, como transpirou, emprestar-lhes a moeda! Como é explicado por Werner (2014a) , o Barclays implementou uma operação padrão de empréstimo, inventando portanto os £5,8 mil milhões de depósito "emprestados" ao investidor. Este depósito foi então utilizado para "comprar" as ações recém emitidas do Barclays.

Portanto, neste caso o passivo do banco originado com o empréstimo bancário ao investidor do Golfo transmutou-se de (1) um passivo de contas a pagar para (2) um passivo de depósito de cliente, para finalmente acabar como (3) participação acionista – uma outra categoria no lado do passivo do balanço do banco.

Efetivamente, o Barclays inventou o seu próprio capital. Isto certamente foi mais barato para o contribuinte do Reino Unido do que utilizar dinheiro dos impostos. Como às companhias cotadas publicamente não é permitido emprestar moeda para firmas com o propósito de comprar as suas acções, isto não estava em conformidade com o Companies Act 2006 (Secção 678, Proibição de assistência para a aquisição de acções em companhia cotada em bolsa). Mas os reguladores estavam desejosos de olhar para o lado.

Como argumenta Werner (2014b) , utilizar o banco central ou a criação de crédito bancário é em princípio o meio mais eficaz para limpar o sistema bancário e assegurar que o crescimento do crédito bancário se recupere rapidamente. Entretanto, o caso do Barclays evidencia que exigências mais estritas de capital não impedem necessariamente os bancos de expandir crédito e criação de moeda, uma vez que a sua criação de depósitos gera mais poder de compra com a qual aumentos de capital do banco também podem ser financiados.
Além disso, Werner destaca que bancos criam o ciclo de crescimento e queda ao emprestarem demasiado para propósitos especulativos, não produtivos:

Ao deixar de considerar o fato de que os bancos criam moeda, economistas e governos estão a lançar as sementes de crashes futuros. Mas o campo da teoria econômica é muito resistente à mudança... O professor de teoria econômica Steve Keen observa na [revista] Forbes:
Em qualquer ciência genuína, dados empíricos como este teriam forçado a ortodoxia a repensar a sua posição. Mas na teoria econômica, a profissão navega em frente, alegremente inconsciente de como o seu modelo de "bancos como intermediários entre aforradores e investidores" está gravemente errado – e agora cega-os para o remédio para a crise tal como anteriormente os cegou para a possibilidade de ocorrer uma crise.

Um dito humorístico definiu um economista como alguém que, quando se mostrava que alguma coisa funcionava na prática, respondia: "Ah! Mas será que funciona na teoria?"

E um documento de 2016 do FMI observa :
Cerca da década de 1960 os bancos começaram a desaparecer completamente da maior parte dos modelos macroeconômicos acerca do funcionamento da economia.

Isto ajuda a explicar porque, quando confrontados com a Grande Recessão em 2008, a macroeconomia inicialmente não estava preparada para contribuir muito em relação à análise da interação de bancos com a economia macro. Hoje há um apreciável corpo de investigação sobre este tópico, mas a literatura ainda tem muitas dificuldades.

Virtualmente, toda a investigação econômica neoclássica convencional está baseada na altamente enganosa descrição da banca como "intermediação de fundos emprestáveis"...

Nas teorias modernas neoclássicas da intermediação de fundos emprestáveis, os bancos são encarados como a intermediarem poupanças reais. A concessão de empréstimos, nesta narrativa, começa com bancos a coletarem depósitos de recursos reais poupados anteriormente (bens de consumo perecíveis, bens de consumo duradouros, máquinas e equipamentos, etc) por aforradores e acaba com a concessão de empréstimos daqueles mesmos recursos reais a tomadores. Mas tais instituições simplesmente não existem no mundo real.

Não há fundos emprestáveis de recursos reais que banqueiros possam coletar e a seguir emprestar. Os bancos naturalmente coletam cheque ou instrumentos financeiros semelhantes, mas porque tais instrumentos – para terem qualquer valor – devem ser extraídos de fundos vindos de outro lugar no sistema financeira, eles não podem ser depósitos de novos fundos vindos de fora do sistema financeiro.

Novos fundos são produzidos só com novos empréstimos bancários (ou quando bancos compram ativos financeiros ou reais adicionais), através de entradas por escrituração feitas por digitação no teclado do banqueiro no momento do desembolso. Isto significa que os fundos não existem antes do empréstimo e que eles estão na forma de entradas eletrônicas – ou, historicamente, entradas no livro razão – ao invés de recursos reais.

Esta função "financiamento através de criação de moeda" dos bancos tem sido reiteradamente descrita em publicações dos principais bancos centrais do mundo – ver McLeay, Radia e Thomas (2014a, 2014b) para resumos excelentes. O que tem sido muito mais desafiante, contudo, é a incorporação destas percepções dentro dos modelos macroeconômicos [muito verdadeiro] .

Qual é a solução?
Temos visto os problemas criados por não se considerar o fato de que os bancos privados criam moeda. Mas há soluções... Inicialmente, o professor Werne observa que impedir bancos de criarem nova moeda para empréstimos destinado a especulação e mero consumo pessoal preveniria [ciclos] de ascensão e queda.

Werner afirma que o "Milagre asiático" aconteceu exatamente por esta razão:
Adicionalmente, permitir a pequena comunidade de bancos que cresça levaria a economia real a florescer... uma vez que bancos pequenos emprestam a pequenos negócios (os quais criam a maioria dos empregos), ao passo que bancos grandes emprestam só a companhias gigantes e a especuladores:

Na verdade, grandes bancos estão virtualmente fora do negócio tradicional da concessão de empréstimos... e os pequenos bancos são os únicos a financiar os negócios comuns . Werner diz que isto é o segredo do êxito econômico alemão:

PS: Devido aos seus poderes únicos de impressão da moeda, os bancos agora literalmente possuem o mundo ... incluindo todo o sistema político .

Há uma guerra extrema em conexão com a banca. Recorde que os bancos gigantes tentaram aniquilar a comunidade bancária através da Parceria Trans Pacífico (TPP). E, como destaca o professor Werner, o Banco Central Europeu está atualmente numa guerra para destruir bancos da comunidade:
Hoje uma das batalhas chave para a prosperidade e a democracia é a descentralização do sistema bancário.
A Mafia Global está a manter o seu poder contratando e pagando mercenários armados e políticos com divisas de papel cujo valor real repousa somente na fé das pessoas neste sistema que eles mesmo construíram.
O Castelo de Cartas não terá alternativa senão ser sugado para dentro do seu próprio vácuo quando o povo começar a abrir os olhos a toda esta chicanice elaborada.

Resistir.info

Direita, esquerda e realidade

Arnaldo Jabor

O esquerdista de carteirinha se sente justo e abençoado por um ideal e absolvido por seus erros

Impressionei-me há pouco com uma polêmica ilustrativa entre o Pf. Samuel Pessôa e Pf. Ruy Fausto, na revista Piauí. Os debatedores são dois homens de alto nível, ilustres, mas dava para ver o desejo exasperado de Ruy Fausto defendendo os conceitos que o formaram, no seio mais profundo do marxismo. S. Pessôa defendia mudanças pragmáticas na ideologia, mas Ruy se apegou à tentativa de salvar sua fé, propondo um ‘capitalismo cerceado, autolimitado’, quase um capitalismo sem mercado. Quase repetindo a frase famosa do Geisel, quando disse que era a favor do capitalismo, mas contra o lucro.

Pessôa também diz: “Não ocorre a Ruy que alguém possa ter reavaliado suas ideias em direção a uma aplicação possível da social-democracia. Quem evolui é imediatamente tachado de neoliberal ou fascista”. Na mosca. A grandeza de uma nova esquerda teria de ser a aceitação do possível, mas isso não é sedutor.

E hoje, vemos a urgente necessidade de uma reforma no País, quase com perda total, pela estupidez brizolista da presidente. E vemos a universidade crivada de agitação e propaganda pelos professores. Vemos a espantosa ignorância dos que protestam contra a revisão do País.
Por isso, dediquei-me a listar impressões sobre esquerda e direita, na acepção primitiva de nossa paisagem ideológica. Aí vai.

A esquerda se considera o Bem. A direita se considera o Bem. Ninguém bate no peito e grita: “Eu sou o Mal!”. Ninguém é canalha e todo mundo se acha meio “de esquerda”, porque sabe que essa palavra ostenta um halo luzente, como uma coroa de santinho. Ninguém quer ser “de direita” - palavra com o estigma da peste, da maldade contra o povo.

O esquerdista de punho cerrado e carteirinha se sente justo e abençoado por um ideal e absolvido por seus erros. Ele quer a “purificação” da sociedade e tão nobre é esse anseio que ele pode ignorar incômodos detalhes da política normal - a santidade não precisa da prudência. As complexidades da democracia o entediam e são lidas como frescura, vacilação pequeno-burguesa e, no limite, traição; macho vai à luta em linha reta, ignorando obstáculos - hesitação é coisa de viado (aliás, quem escreve ‘veado’ é ‘viado’ - apud Millôr F.).

Ele ignora meios objetivos, pois se acha fadado à vitória final que virá um dia. Quando? Ele não sabe, mas tem fé, como um bispo da Pastoral.

Como será essa “redenção”? Ela é uma vaga imagem de massas cantando nas praças, punhos erguidos, todos regidos por chefes iluminados, passando por cima da democracia, essa coisa labiríntica que enche o saco. A esquerda ama uma categoria imaginária chamada “povo”, sinônimo ibérico de “proletariado”.

Povo: multidões sem teto, sem terra, sem cultura política. Nossos pobres destituídos não opinam, não têm poder algum, mas, para o esquerdista tradicional, eles têm a aura, o charme franciscano do nada. Nada ter é santo. Eles fascinam por sua pureza, muito aquém do mercado ou da globalização da economia. Assim, a invencível circularidade do mundo ficaria sob controle e os sentimentos “individualistas” ficariam domados sob a ideia da “solidariedade”, esse remotíssimo sentimento humano.

O típico esquerdista sonha com um passado de paz (quando houve?). Sua utopia é regressiva, de marcha à ré. Eles até aceitam provisoriamente a complexidade para poder ‘operar’, mas sempre de olho no tal futuro simplório e meio maoista. Aliás, a esquerda brasileira é um sarapatel de leninismo com populismo brizolista (vide Dilma) que o PT, aliado à pior direita patrimonialista, transformou em apropriação indébita.

A esquerda não tem memória. Dá um frio na espinha vê-la tender para os mesmos erros de sempre, os mesmo planos descolados da realidade. Mais terrível ainda: as derrotas e os fracassos tendem a ser considerados ‘santos martírios’ - estranha cruzada que se orgulha das derrotas. Quanto mais sofrimento, mais merecimento. Esse masoquismo óbvio não pode ser autocriticado, revisto, pois a esquerda tem pavor de cair num temido desvio de direita - o horror máximo! Qualquer esquerdista prefere ser chamado de ‘sectário’, em vez de traidor. Gostam de gestos radicais, impensados - coisas de machos.

Em vez de se incluir no mundo real, criticamente, revendo dogmas e táticas, a esquerda continua, contra todas as evidências, querendo mudar, com enxadas e desejos, o mundo atual como se muda o curso de um rio. A ideia de revolução continua entranhada em suas cabeças como um tumor inoperável.

A esquerda acha que é o Sujeito da História, enquanto a Direita sabe que a História não tem sujeito; só tem objeto - o lucro.

A esquerda confunde utopia com projeto. Já o capitalista só tem um projeto: ele mesmo. A esquerda só tem fins; não tem meios. O burguês só tem meios - ele é um fim em si mesmo. “Um dia chegaremos lá” - diz a esquerda. O burguês já chegou. O esquerdista tradicional não aceita que o capitalismo tenha dominado o mundo, quando até a China sabe disso. A esquerda brasileira existe como nostalgia da esquerda - quer voltar a ser o que nunca foi.

A esquerda sonha com o futuro; a direita com o mercado futuro. A esquerda sonha com o Bem; a direita com os bens. A esquerda só ama o todo; a direita só pensa na parte (a sua).

A esquerda é católica; a direita luterana. A esquerda não acredita na democracia; a direita também não. A esquerda não leu O Capital; a direita também não, mas conhece o enredo.

A esquerda é épica; a direita realista. A esquerda se acha mais inteligente que nós; a direita o é.

E, para terminar, lembro-me de uma outra polêmica mais antiga, também entre pessoas inteligentíssimas e cultas.
Eram dois marxistas sérios discutindo com o grande liberal José Guilherme Merquior na TV.

Os dois esquerdistas desfiavam os grandes erros do comunismo, numa autocrítica lúcida e autêntica:

 “Ah... porque erramos em 35 na Intentona, em 56 na Hungria, em 68 em Praga, em 68 no Brasil, erramos nisso, naquilo, aqui, acolá..., etc...”. José Guilherme não se aguentou e disparou: “Por que vocês não desistem?”.

O Estado de S. Paulo

terça-feira, 28 de março de 2017

Agência de empregos número 1 do Brasil*

Talita de Souza
(*)

Oportunidades em tribunais garantem salários iniciais altos, de R$ 4 mil a R$ 8 mil, além de benefícios. Com vários certames que podem ser abertos em 2017, especialistas aconselham candidatos a iniciar logo os estudos

Ser servidor público em um tribunal — seja federal ou estadual, da justiça, do trabalho ou eleitoral — é uma boa opção para quem deseja estabilidade e qualidade de vida. Os órgãos do poder judiciário oferecem média salarial inicial de R$ 4 mil para técnicos de ensino médio, e R$ 8 mil para analistas com ensino superior; carga horária reduzida, de seis a sete horas diárias; além de benefícios como auxílio-alimentação (R$ 900 em média), plano de saúde, estrutura médica dentro do local de trabalho e, em alguns locais, até creches. Para juiz, os salários iniciais são de R$ 22 mil.

Os concurseiros interessados devem começar a se preparar o quanto antes, visto que o cenário de oportunidades para 2017 está farto — há 210 vagas abertas e outras 2.917 previstas, segundo a Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac). O oficial de Justiça do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) Fabrício Rêgo, que também é professor do curso Estratégia Concursos, afirma que atuar em tribunal em um cargo de ensino médio é vantajoso se comparado ao cargo que exige ensino superior. “O aprovado pode conseguir uma função comissionada. Além disso, a remuneração de nível médio também é boa”, disse.

Com tantos privilégios, as seleções que garantem um posto em tribunais exigem uma preparação adequada, com muito empenho. A orientação geral de especialistas em certames da área é começar a estudar antes mesmo de o edital ser divulgado, de forma que as matérias básicas deste tipo de concurso, — português, direito constitucional, direito administrativo e informática — estejam bem resolvidas e entendidas pelo candidato. Desta forma, o concurseiro só se preocupará em estudar as disciplinas específicas quando o certame for oficialmente lançado.

Para conseguir uma vaga
Foco e determinação são habilidades que devem ser desenvolvidas pelo canditato que pretende ser servidor de um de tribunal, diz Flávia Bahia, professora do curso de direito constitucional no CERS Cursos Online. Com 13 anos de experiência em concursos, ela afirma que o sonho de ter uma vaga pode demorar meses e até anos, mas é totalmente possível de ser realizado (leia mais na página 9).

Vou chegar lá
Charley Gomes, 29 anos, é concursado dos Correios há cinco anos, mas quer ser servidor de um tribunal. “A remuneração é atraente para ensino médio. Além disso, eles nomeiam mais pessoas do que as vagas disponibilizadas, e os conteúdos básicos são semelhantes. Assim, estudando para um, estudo para muitos”, conta. O foco atual do concurseiro é o Tribunal Superior do Trabalho, e, para ter sucesso na seleção, Charley reserva de três a quatro horas diárias de estudo, de segunda a sábado, durante as noites, com auxílio de um cursinho a distância.

Talita de Souza
Estagiária sob supervisão de Ana Sá

Concursos abertos
Tribunal de Justiça de São Paulo
Vagas: 206
Cargos: assistente
social judiciário e psicólogo
judiciário
Salário: R$ 6.010,24

Tribunal de Justiça de Santa Catarina

Vagas: 5
Cargo: juiz substituto
Salário: R$ 22.521,20

Concursos prováveis
Tribunais superiores
Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Cargos: Analista e técnico judiciário
Vagas: 670
Salário: indefinido

Tribunal Superior Eleitoral
Cargos: analista e técnico judiciário
Vagas: indefinido
Salário: indefinido

Tribunal Superior do Trabalho (TST)
Cargos: Analista e técnico judiciário
Vagas: indefinido
Salário: analista — até R$ 13.399,17 / técnico — R$ 8.535,24

Supremo Tribunal Militar (STM)
Cargo: analista e técnico judiciário
Vagas: 240
Salário: indefinido

Tribunal Regional Federal
DF, Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão e Mato Grosso
Vagas: 218
Cargo: juiz federal
Salário: indefinido

Tribunal de Contas Estaduais
Distrito Federal (TCDF)
Cargos: vários para ensino superior e médio
Vagas: 43
Salário: até R$ 17.177,53

São Paulo (TCE/SP)
Cargo: agente de fiscalização financeira e assistente técnico de gabinete
Vagas: 42
Salário: R$ 8.001,19

Paraíba (TCE/PB)
Cargo: auditor
Vagas: 40
Salário: R$ 14,5 mil

Pernambuco (TCE/PB)
Cargo: técnico e auditor fiscal
Vagas: indefinido
Salário: técnico — R$ 14.941,86/ auditor fiscal — 17.106,96

Bahia (TCE/BA)
Cargo: auditor de controle externo e agente de controle externo
Vagas: 24
Salário: até R$ 16 mil

Rio de Janeiro (TCM/RJ)
Cargo: auditor de controle externo
Vagas: 13 + cadastro de reserva
Salário: R$ 13.867,05

Tribunal Regional do Trabalho
6ª Região — Pernambuco
Cargos: analista e técnico judiciário
Vagas: 128
Salário: indefinido

12ª Região — Santa Catarina
Cargos: analista e técnico judiciário
Vagas: indefinido
Salário: indefinido

1ª Região — Rio de Janeiro
Cargos: analista e técnico judiciário
Vagas: 218
Salário: Técnico: R$ 7.893/ Analista: R$ 11.007

5ª Região — Bahia
Cargos: analista e técnico judiciário
Vagas: 432
Salário: Técnico: R$ 5.635,92/ Analista: R$ 8.803,97

10ª Região — Distrito Federal
e Tocantins
Cargos: analista
Vagas: 48
Salário: R$ 10.548,68

18ª Região — Goiás
Cargos: analista
Vagas: Cadastro de reserva
Salário: até R$ 12 mil

Tribunal de Justiça
Pernambuco
Cargos: analista, técnico e oficial de justiça
Vagas: 60
Salário: Técnico: R$ 4.102,39/ Analista: R$ 5.215,28

Paraíba
Vagas: 30
Cargo: Juiz leigo

Minas Gerais
Cargos: oficial de apoio judicial e
oficial judiciário
Vagas: Cadastro de reserva
Salário: R$ 3.323,54

Rio de Janeiro
Cargos: analista e técnico
Vagas: indefinido
Salário: analista — R$ 7.324,89 / técnico — R$ 4.821,06

Rondônia
Cargos: analista e técnico
Vagas: 154
Salário: indefinido

Alagoas
Cargos: analista, técnico e auxiliar
Vagas: indefinido
Salário: analista — R$ 9 mil / técnico — R$ 4.339,20 / auxiliar — R$ 2.493,39

Paraná
Cargos: analista e técnico
Vagas: indefinido
Salário: analista — R$ 7.188,48 / técnico — R$ 5.516,51

Roraima
Cargos: técnico e oficial de justiça
Vagas: indefinido
Salário: até R$ 5.313,01

São Paulo I
Cargos: escrevente
Vagas: 188
Salário: até R$ 5.697,18

São Paulo II
Cargos: juiz substituto
Vagas: 150
Salário: R$ 28.818,71

Tribunal Regional Eleitoral
Bahia
Cargos: analista e técnico
Vagas: indefinido
Salário: analista — R$ 11.921 / técnico — R$ 7.893

Tocantins
Cargos: analista e técnico
Vagas: 9
Salário: analista — R$ 11.007 / técnico — R$ 7.893

Rio de Janeiro
Cargos: analista e técnico
Vagas: 180
Salário: analista —R$ 11.003,92 / técnico — R$ 7.051,99

Mato Grosso do Sul
Cargos: analista e técnico
Vagas: indefinido
Salário: analista —R$ 11.003,93 / técnico — R$ 7.051,99

Santa Catarina
Cargos: analista e técnico
Vagas: indefinido
Salário: analista —R$ 10.595,13/
técnico — R$ 6.793,02

Paraná
Cargos: analista e técnico
Vagas: indefinido
Salário: analista — até R$ 12 mil / técnico — até R$ 8 mil

Ceará
Cargos: analista e técnico
Vagas: 12
Salário: analista — R$ 10.620,24 / técnico — R$ 6.818, 15

Rio Grande do Norte
Cargos: analista e técnico
Vagas: indefinido
Salário: analista —R$ 7.792,30 / técnico — R$ 4.749,33

Espírito Santo
Cargos: analista e técnico
Vagas: 9 Salário: indefinido

Tocantins
Cargos: analista e técnico
Vagas: 9 cadastro de reserva
Salário: analista —R$ 10.992,07 / técnico — R$ 7.044,75

Correio WEB – Concursos

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  o título da matéria é de minha autoria. * Agência de empregos número 1 do Brasil
É necessário que se frise, que temos o Poder Judiciário mais caro do mundo. Os valores pagos em toda sua estrutura, são completamente fora da realidade brasileira, sem contar o fato da estabilidade no emprego.
Não é por outro motivo que a sociedade apóia o empreguismo no setor público. Sabe, que se conseguir entrar, estará com a vida ganha e garantida, independente de ter trabalho ou de estar sacrificando a população com pagamentos cada vez maiores de impostos para mantê-los, seja no percentual ou na quantidade. Já são 92 impostos, entre taxas e outras denominações que eles usam para acobertar a tunga.
Empreguismo no setor público. Não é por outro motivo que a Previdência quebrou. Os apadrinhados e desnecessários de hoje são os aposentados com salário integral de amanhã.

"Juízes políticos?"

Roberto Romano 

O Estado brasileiro, nos três Poderes, exala miasmas irrespiráveis

Alguém se candidata ao cargo de juiz. Para ganhar votos, distribui bolinhos, cupons de gasolina, pizzas para professores de escolas públicas, bebidas grátis para a patuléia. É assim que a campanha eleitoral de Thomas Spargo lhe fornece a toga em Nova York, no ano da graça de 1999. Eleito, Spargo cria elos com políticos que arrecadam estranhos fundos partidários. Sua esperteza lhe garante lugar elevado na judicatura, pois chega em 2001 à Suprema Corte do Estado. Ele sofre processo na Comissão de Conduta Judicial, mas não muda o comportamento. Em 2006 é destituído por exigir propina de advogados, sua condenação sai em 2009.

A crônica não é lisonjeira, na terra que preza a dupla Law and Order. Mas boa maioria dos juízes norte-americanos opera na mesma zona cinzenta entre atividades judiciais e partidárias. É o que o jornal The New York Times batizou de “realismo legal”. Os magistrados labutam, na essência, em horizonte político (J. Bybee, k.: All Judges are Political, except when they are not, acceptable hypocrisies and the Rule of Law, Stanford Law Books, 2010).

Se nos Estados Unidos ocorre o conúbio de tribunal e política, que dizer do Brasil? A União Nacional dos Juízes Federais (Unajuf) quer magistrados em pleitos e partidos (Estado, 14/3). Mas aqui nenhum juiz é sufragado pela stulta plebs. Nossas togas são escolhidas em concursos, sem favores e votos do eleitor. A dignidade do tribunal, em terras brasileiras, não seria conspurcada por ofertas de pizzas e bebidas gratuitas aos cidadãos. Os juízes pertencem a uma estirpe superior. Seu ânimo e suas sentenças nada devem aos escrutínios em que se pronuncia o “leigo”. Tais enunciados, entretanto, resumem uma ilusão. Estamos aqui em pleno domínio do mito, cauim sorvido em talagadas que reiteram a dormência geral.

Segundo Thomas Spargo, os juízes são políticos “except when they are not”. O sentido da frase é tarefa da mais árdua hermenêutica. Nos Estados Unidos, adianta Bybee, “muitos reconhecem que o processo judicial é permeado pela política. Outros parecem acreditar que as decisões judiciais são definidas por fundamentos puramente legais”. Mas cerca de 87% dos juízes, em 39 unidades da Federação, passam pelas urnas. Aqueles pleitos não diferem dos efetivados para os demais Poderes públicos. E eles custam muito financeiramente. Em 2004 a eleição para a Suprema Corte de Illinois gastou mais do que 18 das 34 eleições para o Senado realizadas no mesmo ano. Anúncios na TV e outros meios são garantidos por grupos de interesse e partidos políticos (Cf. Bybee, J. (Ed): The Collision of Courts, Politics, and the Media, Stanford, 2007).

Custos chamam doadores, doadores nem sempre (o Brasil é prova) buscam alvos legais. Logo, a fé na obediência imparcial e objetiva à Constituição sofre abalos. A média das pesquisas feitas entre 1989 e 2009 mostra que 67% dos entrevistados consideram os juízes imparciais. Mas 70% têm certeza que as sentenças trazem máculas políticas. Para atenuar o problema desde 1940 alguns Estados empregam recrutamento diverso do das urnas. É o “Plano Missouri”. Comissões não partidárias avaliam candidatos e os recomendam. Aos cidadãos é perguntado apenas se aprovam ou não os juízes; 34 Estados usam variantes do “Plano Missouri”. Tais consultas são menos onerosas do que as outras.

Mas, cautela! O processo ordenado supostamente no mérito dos candidatos, adianta Bybee com provas, “pode envolver politicagem (politicking) e lobbies nos bastidores”. O âmbito federal, no qual os juízes não passam por eleições, é mais confiável? Indicados pelo presidente, acolhidos por senadores, magistrados têm permanência garantida, desde que seus costumes sejam pautados pelo decoro. Encantador universo do sonho. Na vida real não é assim. Na Suprema Corte “independente do povo, dos legisladores e de todo poder sob o firmamento”, os juízes “percebem a si mesmos independentes do próprio céu” (Shklar, J. N., Legalism: Law, Morals, and Political Trials). A seleção para os pretórios federais, hoje, “é um assunto altamente político, com funcionários eleitos que perseguem os nomeados para resolver problemas importantes de partidos e proeminentes grupos de interesse” (Hart, H. L.A., The Concept of Law). Poderíamos seguir as teses do autor e de outros sobre a Justiça enleada em política nos Estados Unidos, na França, na Alemanha, na Itália, etc. Do jurista Bybee, urge consultar a importante resenha Electing Judges: The Surprising Effects of Campaigning on Judicial Legitimacy”, em Book Review 22, 2012. Para uma análise diversa, Tamanaha, B. Z., Beyond the Formalist-realist Divide: The Role of Politics in Judging, 2010.

No Brasil, causa tristeza a mendicância – ou o termo chulo usado por Romero Jucá – de quem deseja lugar nos tribunais superiores e no Supremo. A lista de votos inclui muitos fornecidos por congressistas corruptos. Candidatos prometem a políticos, depois presos e condenados, “matar no peito” processos contra eles. Outros aceitam parolagens em chalanas e são aprovados, mesmo constatado plágio em seu doutoramento. Uma consulta à biografia de Saulo Ramos ilustra o ponto. Há diferença entre tais zumbaias e a demagogia dos juízes eleitos pelos cidadãos? Os nossos candidatos à toga não distribuem pizzas aos parlamentares. Eles prometem – se entregam é outro assunto – leniência explícita ou velada. São curiosos os encontros entre julgadores e réus, no segredo dos gabinetes ou no exterior. Salamaleques, num Congresso que tudo troca, parecem piores do que a bajulação das massas. A promiscuidade se transforma em regra. Procuremos saídas que mantenham a dignidade do juiz, da lei, do cidadão honesto. O Estado brasileiro, nos três Poderes, exala miasmas irrespiráveis.

O Estado de São Paulo

segunda-feira, 27 de março de 2017

Correios estudam megademissão

Daniel Rittner 
(*)

Com prejuízo de quase R$ 500 milhões nos dois primeiros meses do ano e depois de frustrar-se com o baixo número de adesões ao plano de desligamentos voluntários aberto em janeiro, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) avalia uma medida radical para fechar o rombo em seus cofres, que desperta a ira dos sindicatos de trabalhadores. Sob

Sob o argumento de que a situação financeira é extremamente grave, o departamento jurídico da estatal foi acionado para verificar se há meios de driblar a estabilidade dos empregados e fazer "demissões motivadas", com o objetivo de reduzir o quadro de pessoal. Estimativas preliminares indicam a necessidade de enxugamento de 20 mil a 25 mil funcionários para equilibrar as despesas operacionais e dar sustentabilidade aos Correios.

Caso a medida realmente vá adiante, seria um precedente importante para outras estatais em crise, ao relativizar a estabilidade de trabalhadores que ingressaram por meio de concurso. Hoje eles só podem sair voluntariamente ou por justa causa, mediante a abertura de processo disciplinar. A diretoria dos Correios prepara sua sustentação com base no artigo 173 da Constituição, que permite adotar em empresa pública o regime jurídico de empresas privadas. Haveria brecha legal também para as dispensas motivadas na CLT, com a alegação de que a ausência de medidas pode colocar a estatal em colapso.

Segundo dados da vice-presidência de finanças e controle interno, a folha de pagamento da estatal aumentou de R$ 3 bilhões para R$ 7,5 bilhões entre 2006 e 2015. Com isso, os custos trabalhistas subiram de 49% para 62% dos gastos totais. No mesmo período, o "tráfego de objetos" caiu de 8,6 bilhões para 8,2 bilhões por ano e o nível de produtividade diminuiu de 80 para cerca de 70 objetos por cada trabalhador. Com pouco mais de 117 mil empregados atualmente, os Correios abriram um PDV em janeiro. A expectativa era atrair em torno de 8 mil funcionários com mais de 55 anos e tempo de casa suficiente para requerer aposentadoria, mas houve 5,5 mil adesões. O prejuízo acumulado nos últimos dois anos chega a R$ 4 bilhões e não dá sinais de reversão. O presidente da ECT, Guilherme Campos, confirmou ao Valor a existência das discussões, mas disse que nenhuma decisão foi tomada até agora. "Não estamos fazendo isso com nenhum requinte de sadismo. O que não dá é para manter uma situação em que dois terços dos custos totais são de pessoal", afirmou o executivo. Ele se recusa, no entanto, a falar sobre o número de desligamentos supostamente necessários para estancar a sangria. "Seria leviano expressar isso agora."

Os trabalhadores prometem reagir. A Fentect, principal federação de empregados dos Correios, convocou todos os sindicatos da categoria para uma reunião de emergência na terça-feira. O encontro, em Brasília, debaterá a possibilidade de greve na estatal. "A empresa está se aproveitando do argumento de crise financeira para impor uma estratégia de sucateamento", afirma Suzy Cristiny da Costa, diretora da Fentect. Para ela, o mecanismo das demissões motivadas está em linha com outro medida tomada recentemente: o fechamento de 250 agências próprias em todo o país. Suzy acredita que isso afetará a qualidade na prestação dos serviços e sobrecarregará os trabalhadores. "Estão se mexendo para fazer a abertura de capital”.

Na avaliação de Marcos César Alves Silva, representante dos empregados no conselho de administração, não há amparo legal nas demissões planejadas e a crise da estatal tem causas mais profundas: "Os resultados negativos não são decorrentes de problemas do mercado e nem do inchaço nos quadros de pessoal". Silva aponta pelo menos três razões para o agravamento da situação financeira dos Correios: o recolhimento exagerado de dividendos (foram transferidos R$ 6 bilhões ao Tesouro Nacional), represamento de tarifas postais em anos eleitorais e excesso de indicações políticas no comando da estatal. Reduto do PMDB no governo Luiz Inácio Lula da Silva, a diretoria dos Correios foi loteada entre dirigentes petistas durante o primeiro mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. Seis meses antes do impeachment, ela entregou os cargos para o PDT. Michel Temer colocou o PSD na empresa.

Antes mesmo de anunciar as demissões motivadas, a atual cúpula da ECT precisa lidar com outro desgaste. Há poucos dias, os empregados foram avisados de que só poderão tirar férias ao fim do segundo período aquisitivo. Trata-se de uma forma de economizar, no curto prazo, com o adicional de 70% de férias garantido pelo acordo coletivo da categoria (normalmente é um terço). Para os sindicatos, a medida alivia artificialmente o caixa e desorganiza a alocação de recursos humanos nos próximos anos.

Valor Econômico

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  em algum momento nossos “governantes” terão que enfrentar o descalabro que são as empresas estatais. Não é mais possível mantê-las funcionando nestes moldes – cabide de emprego para políticos que formam a base enlameada dos governantes de plantão, para lá pendurarem toda sua grande família.
O segundo ponto a ser enfrentado é a estabilidade no emprego. Quem tem garantia de emprego não trabalha. Simples assim.

Pior do que o Supremo, o TSE anistia as prestações de contas dos partidos

Igor Gadelha
(*)



O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acumula 156 prestações de contas anuais de partidos políticos sem julgamento. As contas são referentes aos exercícios de 2011 a 2015 e somam ao menos R$ 2,2 bilhões de recursos públicos repassados às legendas por meio do Fundo Partidário, mas que ainda não foram fiscalizados. Com o acúmulo, a Corte já anistiou desde o ano 2000, sem julgamento, ao menos 36 contas partidárias.

O montante de recursos sem fiscalização é ainda maior. Isso porque, até setembro de 2015, os partidos também podiam receber doações de empresas, dinheiro que era usado para bancar a estrutura partidária e repassado a candidatos das siglas nas campanhas. Em 2014, por exemplo, PMDB e PT, partidos com mais representantes no Congresso, receberam doações de empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, entre elas, OAS, Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão.

RECURSOS PÚBLICOS
Pela legislação vigente, os partidos registrados no TSE são obrigados a prestar contas anualmente dos recursos públicos que recebem. A prestação deve ser entregue até 30 de abril do ano seguinte ao exercício a que a conta se refere e prescreve cinco anos depois. Com a proibição da doação empresarial a partir de 2015, as legendas se sustentam hoje majoritariamente por meio do Fundo Partidário, composto de dotação do Orçamento da União.

Levantamento do Broadcast Político, com base em dados do TSE mostra que, nos últimos cinco anos, o TSE só julgou duas contas de partidos: as do PPL de 2011 (R$ 147 mil) e as do PEN de 2012 (R$ 343,3 mil). Com isso, 156 contas estão pendentes de julgamento, entre elas, as prestações do exercício de 2011 de 28 dos 29 partidos que existiam naquele ano – hoje, o Brasil já tem 35 siglas. Essas contas foram apresentadas em abril de 2012 e prescreverão em 30 de abril deste ano. Procurado, o Tribunal não se manifestou oficialmente.

INOPERÂNCIA ABSURDA
Reservadamente, ministros do TSE reconhecem a limitação da Corte para julgar as prestações de contas. Citam que o setor técnico responsável por analisá-las tem apenas oito servidores, que também analisam as contas de campanha de candidatos a presidente da República, consideradas prioritárias.

Além de julgar as contas de partidos e de campanhas presidenciais, o TSE analisa todos os processos de candidatos a presidente, desde a homologação das candidaturas. A Corte também é responsável por julgar recursos de decisões de tribunais regionais eleitorais nos Estados e da Justiça comum, desde que relacionadas a eleições.

Por causa do acúmulo de contas sem julgamento, o ministro Dias Toffoli, então presidente do TSE, autorizou, em 2014, que fossem extintas todas as prestações de contas de exercícios anteriores a 2009 pendentes de análise. Após a decisão, a Corte anistiou 36 contas de 18 partidos, entre eles, PMDB, DEM, PT e PSDB.

HAVIA IRREGULARIDADES
Na época, a Procuradoria-Geral Eleitoral questionou as anistias. Argumentou que existiam indícios de irregularidades em pelo menos cinco casos, que poderiam gerar a devolução de R$ 4,9 milhões aos cofres públicos. Entre eles, estavam as do PT de 2008, quando a sigla usou R$ 320 mil do Fundo Partidário para pagar Marcos Valério, condenado a mais de 37 anos de prisão no julgamento do mensalão.

Dirigentes partidários reclamam da demora no julgamento. “Quem não quer ter as contas do seu partido aprovadas mais rápido? Depois de algum tempo, você não lembra mais dos dados”, afirmou o presidente do PR, o ex-ministro Antonio Carlos Rodrigues (SP)

Ele lembra que, quando era senador, apresentou um projeto transferindo do TSE para o Tribunal de Contas da União (TCU) a responsabilidade para julgamento das contas. “Lá eles têm estrutura”, disse.

ATESTADO DE IDONEIDADE
Nos bastidores, outros dirigentes partidários reconhecem que a aprovação ou extinção das contas partidárias ou de campanhas é importante para as legendas, principalmente por representarem, na avaliação deles, uma espécie de “atestado de idoneidade”. Esse atestado, dizem, poderá ser usado para rebater acusações em investigações como a da Lava Jato, cuja tese central é a de que dinheiro de corrupção abasteceu campanhas.

Ministros do TSE, no entanto, rebatem esse argumento. Afirmam que o julgamento das contas não significa um salvo-conduto para os partidos. Eles lembram que o Tribunal faz uma análise técnica da aplicação dos recursos e que, em caso de irregularidades, uma investigação à parte é aberta. Essa investigação pode ser feita mesmo após a aprovação, como é o caso das ações que pedem a cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder político e econômico na campanha de 2014.

Estadão

(*) Comentário do editor do blog-MBF:  “tem apenas 8 servidores” ... Faltou dizer quantas pessoas estão na folha de pagamento do TSE. Para se ter uma idéia, o STF e STJ juntos tem 5.000 pessoas nas suas folhas de pagamento.
Em artigo anterior, trouxe os números do INPI-Instituto Nacional da Propriedade Industrial, que julga os pedidos de patente industrial: 1.200 pessoas na folha de pagamento, sendo que na atividade fim, análises, apenas 200. As conclusões, deferir ou indeferir, chegam a levar 11 anos.

Palácios e mais palácios. Observando a foto acima, vemos que mais um está em construção. Explica-se: pessoas da grande família dos políticos (cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos) estão na fila de espera para serem incluídos nas folhas de pagamento do funcionalismo público, com garantia de emprego (sem trabalho), salários fora da realidade dos trabalhadores brasileiros e aposentadoria integral.
Ora, quem não quer ? Basta um concurso fajuto para garantir um lugar no paraíso. Se tentar mudar, os sindicatos pelegos param o país.

Esta é a cultura do nosso povo; e ainda reclamam que as coisas vão de mal a pior.

domingo, 26 de março de 2017

Putin recebe Le Pen no Kremlin em reunião surpresa

Editorial – DW

Após encontro, candidata da extrema direita francesa elogia presidente como representante de uma "nova visão" de mundo. Líder russo nega acusações de que Moscou pretenda interferir em eleições na França.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, realizou sexta-feira (24/03) uma reunião surpresa com a candidata presidencial francesa Marine Le Pen, do partido de extrema direita Frente Nacional.

O líder russo negou acusações de que a Rússia pretenda influenciar as eleições na França, agendadas para 23 de abril e 7 de maio – algo que tem igualmente rebatido no caso do pleito que elegeu Donald Trump nos Estados Unidos. 

O encontro aconteceu horas após uma visita previamente anunciada de Le Pen à Duma (câmara baixa do Parlamento russo). "Ele [Putin] representa uma nação soberana", disse a candidata populista a repórteres, afirmando acreditar que o presidente russo uma nova visão de mundo.

"Um novo mundo surgiu nos últimos anos. Esse é o mundo de Vladimir Putin, de Donald Trump nos Estados Unidos, de [Narendra] Modi na Índia", prosseguiu. "Acho que sou provavelmente uma das pessoas que compartilham com todas essas grandes nações essa visão de cooperação, e não de subserviência – uma visão militante que tem sido expressada frequentemente pela União Europeia."

A membros da Duma, ela defendeu um esforço conjunto entre Moscou e Paris para salvar o mundo da globalização e do fundamentalismo islâmico.
Antes da reunião com Le Pen, Putin defendeu a realização do encontro: "Damos grande importância a nossas relações com a França, mas, ao mesmo tempo, tentamos manter relações igualitárias com as autoridades atuais e com representantes da oposição", afirmou.

"É claro que sei que a campanha eleitoral na França está em curso", continuou Putin. "Não queremos influenciar os eventos de forma alguma, mas nos reservamos o direito de conversar com representantes de todas as forças políticas do país, assim como fazem nossos parceiros na Europa e nos Estados Unidos", argumentou.

Após o encontro, a candidata populista disse a jornalistas que o objetivo de sua visita não foi aumentar suas chances de ser eleita. O encontro com Putin, no entanto, tem grandes chances de ser aprovado por seus eleitores, muitos dos quais admiram a posição conservadora do líder russo diante de questões sociais e morais.

DW – Deutsche Welle

A Marcha da Tirania



















ABAIXO ALGUMAS DAS ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PELOS “FORMADORES, MANIPULADORES  E CONTROLADORES DE OPINIÕES”, HÁBITOS, PENSAMENTOS E O COMPORTAMENTO COLETIVO, PERPETRADO POR AQUELES QUE CONTROLAM TODO O SISTEMA ATRAVÉS DO CONTROLE DO CONTEÚDO E PROGRAMAÇÃO DAQUILO QUE É PRODUZIDO E PUBLICADO PELOS GRANDES CONGLOMERADOS DE MÍDIA DO PLANETA:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO. 
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da história humana, da economia, da psicologia, da política, da neurobiologia e da cibernética.
“Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado (com baboseiras), ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja/fazenda como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES. 
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o (aparente) mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da sua própria liberdade. Ou também criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário para combater a pseudo crise (criada artificialmente), com o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ganhos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.


4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa (bovina), tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a ideia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegar o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO SE FOSSEM CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade mental, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental (o que é a realidade quando analisada do ponto de vista da CONSCIÊNCIA do indivíduo, a maioria da população TEM MENTALIDADE infantil). Quanto mais se intenciona buscar enganar ao espectador, mais se busca a adoção de um tom infantilizante. Por quê? “Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestão, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade.

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL (medo) MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO MENTAL.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar ideias manipuladas e preconcebidas, desejos, medos e temores, compulsões, ou para induzir comportamentos …


7- MANTER O PÚBLICO EM GERAL NA IGNORÂNCIA, MEDIOCRIDADE E IMBECILIDADE.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua própria escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossível para o alcance das classes inferiores (ver ‘Armas silenciosas para guerras tranqüilas’)

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE COM A MEDIOCRIDADE.
Promover ao  consciente de massa público para achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar, imbecil e inculto…(movimento punk, drogas …)

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se autodesvalida e se culpa, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução e MUDANÇA NO STATOS QUO CONTROLADO o que beneficia os manipuladores e controladores do sistema!

10- CONHECER MELHOR OS INDIVÍDUOS DO QUE ELES MESMOS SE CONHECEM.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo.
Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior, tenaz e um grande poder sobre a VONTADE dos indivíduos do que os indivíduos sabem sobre si mesmos. A massa imbecilizada e ignorante é controlada sem saber que isso acontece, devido às muitas sutilezas empregadas nos métodos de controle do consciente coletivo (A MAIORIA VIVE EM UMA PRISÃO SEM GRADES). 

Dizem que existem três tipos de pessoas no mundo:
1.Aquelas que fazem as coisas acontecerem;
2.Aquelas que observam as coisas acontecerem e
3.Aquelas que ficam se perguntando o que aconteceu????

A vasta maioria da humanidade encontra-se nas duas últimas categorias. 
A maioria tem “olhos para ver”, mas não enxerga o que está acontecendo. A maioria tem “ouvidos para ouvir”, mas não compreende o que está acontecendo: “LOCAL, NACIONAL ou INTERNACIONALMENTE.”