quinta-feira, 27 de julho de 2017

Polícia Marcada

Renato Sant’Ana

Com a morte do sargento Hudson Silva de Araújo, em 23/07, Durante patrulhamento na Favela do Vidigal, o Rio de Janeiro contabilizou 91 policiais assassinados em 2017: um a cada 54 horas. É uma guerra, na qual bandidos estão em vantagem.

Será que algum dos ditos (e falsos) ativistas de direitos humanos manifestou mínima preocupação com a vida dos policiais e suas condições de trabalho, e solidariedade com as famílias enlutadas? Não! O que se vê é rigorosamente outra coisa: tratam o criminoso como "vítima social" e o policial como algoz.

Mas não é só aqui! Em 2016, durante os movimentos grevistas da França, a TV mostrou um cartaz - ao que parece, colocado por sindicalistas -, em que se lia: "O povo odeia a polícia!". Mentira! Artifício ideológico! Mera tentativa de instilar, na população, ódio contra a polícia. No Brasil, cada vez que bandidos levam a pior num enfrentamento, uma turminha bem identificada, antes mesmo de conhecer as circunstâncias dos fatos, levanta a voz para acusar os policiais de "excessos". Redes sociais e a própria imprensa servem a esse jogo sujo.

Mas não há improviso. Desqualificar a polícia é parte de um discurso legitimador de crimes, o que, por sua vez, é parte da estratégia de degradar a sociedade para o fim de instalar um regime totalitário. Antonio Gramsci, com um pé na psicose e outro na psicopatia, concebeu tudo isso em pormenores. O mais perverso, porém, é que a "revolução cultural" concebida por Gramsci é feita em geral por gente que nunca sequer prestou atenção no nome dele, que desconhece a teoria que está por trás do movimento, mas que segue fielmente os mandamentos daquele profeta sórdido.

Atacar "isto que está aí", que ele chama de "sociedade burguesa", é a preparação do cenário para implantar o seu "paraíso revolucionário", coisa que a maioria dos apóstolos faz sem o saber. E é da lógica dessa práxis não corrigir, mas tirar proveito ideológico de eventuais erros da instituição policial, já que, nessa etapa da "revolução", o que importa é "desconstruir".

Mas não se vai aqui tapar o sol com a peneira. Há muito a ser feito para corrigir desvios da polícia, assim como para combater a criminalidade. Agora, nada de bom e justo será possível sem desmascarar os ativistas ideológicos que, estrategicamente, se empenham na destruição das instituições, na subversão dos valores mais caros da democracia, na degradação moral da sociedade e no exercício populista de manipular consciências.

O discurso antipolícia visa, em última análise, a subordinar a corporação policial aos desígnios da "revolução". Todavia, a desejável paz social requer que a subordinação da polícia seja unicamente ao Estado de Direito, jamais a esta ou àquela ideologia.

Por fim, registre-se que, em regiões como o Rio Grande do Sul, em que o "catecismo" de Gramsci causou mais estragos, a bandeira antipolícia produziu resultados bem palpáveis: hoje há policiais com medo de agir, receando ter de responder, dentro da corporação, a um inquérito policial militar, o qual já foi, muitas vezes, conduzido na estreiteza do politicamente correto. Sem mais comentários.

Renato Sant'Ana
Psicólogo e Bacharel em Direito.

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