sábado, 1 de julho de 2017

Onde passa um boi, passa uma boiada

Martim Berto Fuchs

8ª Turma do TRF-4ª Região, Tribunal de 2ª instância sediado em Porto Alegre-RS:  Vaccari

Por 2 votos a 1 o Tribunal absolveu o tesoureiro-mor do PT da condenação. Alegação: não havia provas, só denúncias de delatores.

Vaccari, para quem ainda não sabe, era o elo de ligação, o homem da mala, o caixa, entre o dinheiro das empresas que pagavam propinas e o Partido dos Empregados Públicos, também conhecido como Partido dos “Trabalhadores”-PT.

O dito cujo Vaccari estava à beira de partir para a delação premiada, pois se não o fizesse, passaria o resto da vida na prisão. 

Então tinha somente duas soluções: ou silenciavam o indigitado como fizeram com o prefeito de Santo André, Celso Daniel, coincidentemente também caixa do PT, ou absolviam ele.
Desta vez optaram por absolvê-lo, pois um segundo assassinato seria por demais comprometedor.

No entanto, por trás desta solução, esconde-se um fato maior:

O começo do fim da Lava Jato

Ou alguém acha que o mesmo argumento não será usado por todos bandidos presos, e, pior, salvando da prisão os ainda não presos ?

No jeitinho das elites brasileiras, conseguiram dar um fim na maior operação anti-corrupção já deflagrada no Brasil e também no planeta, pois corrupção não existe só por estas bandas.

Como ainda estamos numa “democracia”, não obstante os esforços da esquerdalha para até com isto acabar, tentando calar a imprensa e as redes sociais, podemos desopilar o fígado denunciando estas e outras, embora não resulte em nada, pois os que decidem não estão nem aí, pois fazem parte das quadrilhas.

Na Itália, na década de 90, acabaram com a Mãos Limpas via assassinatos.  Aqui, estão acabando com a Lava Jato pelo simples fato de ignorar as denúncias.

Na Itália, depois que liquidaram o trabalho da Lei, surgiu um mafioso maior ainda: Berlusconi. Roubou até de quem o ungiu. Continuam pagando um elevado preço pelas trapalhadas que fizeram naquela época.

E no Brasil ? Na falta de um ladrão novo, vamos de ladrão velho mesmo, já conhecido de todos, sem surpresas tanto para eleitores indignados como para beneficiados agradecidos. 

Seria bom que nós brasileiros levássemos em conta o seguinte:
- Um espírito como Sérgio Moro não aparece a toda hora. Pode demorar décadas para que surja outro. Até lá também teremos perdido a oportunidade de melhorar as condições de vida dos brasileiros que não fazem parte das quadrilhas que nos assaltam diuturnamente, mas para quem é apresentada a conta, vias mais impostos.


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