terça-feira, 7 de março de 2017

1817: Revolução com as cores de Pernambuco

Diogo Guedes e Marcela Balbino
(*)

Escravidão x Abolicionismo
Embora embebida dos ideais da Revolução Francesa, que estourou 28 anos antes, a Revolução de 1817 não tocou no regime escravocrata. O tema é, inclusive, alvo de discussão na academia. Os líderes tinham ideias abolicionistas, mas para levar o pensamento adiante era preciso romper com o status quo da época. “Era algo muito capilarizado e mexer nesse estrutura era tocar em algo essencial dessa sociedade e é onde se encontram os limites da revolução. Haviam boatos que iriam abolir a escravidão, mas o governo provisório precisou publicar uma nota informando o contrário”, explicou Cabral. No texto, o governo dizia: “A suspeita de vocês muito nos honra, porque a escravidão é ruim, mas vamos respeitar as propriedades privadas, mas desejamos abolir a escravidão gradualmente”, pontua o professor.

“A escravidão é o grande bode na sala da Revolução Pernambucana. Seus documentos defendiam ideais republicanos e liberais, inspirados pela Revolução Francesa, e propunha que todos os seres humanos nasciam livres e com direitos iguais. Apesar disso, em momento algum as proclamações de 1817 sugerem o fim do tráfico negreiro ou a abolição. O motivo é bem simples: alguns dos principais líderes do movimento eram senhores de engenho. Pertenciam, portanto, à mais fina flor da aristocracia rural escravagista da época. Um dos filhos do líder revolucionário Domingos José Martins, homônimo do pai, se tornaria alguns anos mais tarde o maior traficante de escravos na costa do Benin, na África, onde até hoje existe uma numerosa família de descendentes dele. Havia, claro, gente com simpatias abolicionistas no movimento, mas o tema era explosivo demais para ser defendido publicamente”, destaca o jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor do livro “1808” sobre a chegada da família real portuguesa ao Brasil.”

Jornal do Commércio (PE)

(*)  Comentário do editor do blog-MBF:  essa tem sido a tônica das revoluções brasileiras: mudar para nada mudar, apenas garantir a hegemonia da elite que explora o país desde sempre.
Estamos em 2017 e as premissas são as mesmas. Agora, com um agravante: a imbecilidade das esquerdas, que não obstante o fracasso da sua malfadada experiência, URSS, e em todos outros países onde foi tentada, querem porque querem implantação do comunismo/socialismo/bolivarianismo no Brasil.
Na verdade, essas amebas ideológicas querem apenas se manter nos bons empregos (sem trabalho) que os governos oferecem, pouco se importando com quem paga a conta. No Brasil, deixou de ser ideologia, é apenas viver às custas do trabalho dos outros.
Se adaptaram ao objetivo das nossas elites, principalmente dos descendentes da monarquia, aristocracia, “nobreza”: parasitagem.
E a proposta natimorta do socialismo vai perdurar enquanto o liberalismo, no seu conceito original, se preocupar com o econômico e tratar o social como custo. 
Se o comunismo é um cadáver ainda insepulto, é por culpa do liberalismo míope. 

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