domingo, 5 de fevereiro de 2017

Todos são contra alguma coisa, menos os que mandam

Martim Berto Fuchs

Os que mandam não querem mudar nada. Para eles está muito bom assim.
Dos outros, todos querem falar, sugerir, impor suas idéias, mas ninguém quer escutar, ninguém quer o debate destas mesmas idéias. Cada um se acha dono da verdade e não admite discussão. Os que concordam são ovacionados e os que discordam são ridicularizados; tudo “democraticamente”.

Quase todos são pela democracia (mesmo sem saber ao certo o que isto significa), pelos direitos humanos, pelo bem estar da população; muitos lutam para alcançar o poder para implementá-la, mas a primeira providência que tomam ao alcançar o objetivo, é assaltar os cofres públicos, garantindo o SEU futuro, e os outros que se danem. Claro, tudo muito “democraticamente”.

Os negros, discriminados desde a monarquia e batalhadores pelo fim da mesma, com justiça, hoje querem cotas, pouco se importando que isto seja uma discriminação.

Os americanos e os europeus invadiram todo o mundo e bombardearam a metade do mundo e continuam fazendo. Agora que os sem teto, sem comida, sem saúde, sem escolas, sem futuro e com as famílias destroçadas fogem do caos e procuram abrigo na casa dos seus algozes, estes se insurgem e reclamam. Já diz o ditado: - pimenta no ... dos outros é colírio.

Os chineses - regime comunista -, dogmaticamente contrários ao livre comércio e as regras do livre mercado (tão ao gosto dos liberais), agora que as diretrizes do Império (EUA) são por restrições à globalização assim como projetada pelos interessados diretos (elite financeira), passaram a defensores do livre comércio, do livre mercado e da globalização, contando para isto com o trabalho semi-escravo em suas fronteiras, que aliás, tanto agrada os liberais.

Os socialistas não sabem produzir, mas querem o mérito pela distribuição da produção (dos outros) e do dinheiro que ela traz, para si.

As religiões, em nome de Deus, são, desde os tempos antigos, responsáveis por muitas das guerras. Continuam com suas viseiras dogmáticas, defendendo cada uma a sua como única verdade, mesmo que para impor esta “verdade”, tenham que matar os contrários. Em nome de Deus, claro, tudo mui “religioso”.

Assim fica difícil implementar uma República Democrática
Da parte dos comunistas/socialistas/bolivarianos, sua atuação política resulta em anarquizar o contexto do mundo ocidental, para ver se na sua esteira, eles conseguem mais uma vez impor o regime autoritário, único onde a socialismo consegue permanecer por uns tempos, até que suas idéias retrogadas levem o país ao caos.

Monarquistas já demonstraram por centenas de anos o que se pode esperar deles. Privilégios para uma classe ungida por “Deus” e trabalho de segunda para os que tem a obrigação de sustentá-la. Economicamente funciona ? Sim, funciona, pois acumula capital nas mãos de um segmento, justo aquele que não trabalha.

Liberais não são muito diferentes. Apenas não aceitam um monarca. O “trono” tem que ser disputado pelos mais capazes, leia-se inescrupulosos, e tudo amparado pelas corporações, onde a principal são os partidos políticos. Um mercantilismo aperfeiçoado. Funciona economicamente pelo mesmo princípio: concentração de capital. Nada de atender a 2ª classe. Esta, depois de servir, é largada as traças.

Pelo jeito, ainda estamos muito longe de uma República Democrática. Usam e abusam da palavra democracia, mas que na verdade só encobre, entre nós, privilégios de castas.

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