quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Analfabeto. Votar e ser votado

Martim Berto Fuchs

Analfabeto: aquele que não sabe ler nem escrever. Temos também o analfabeto funcional, mas esta já é outra história.

Já defendi o voto de analfabetos. Depois dos 13 anos de experiência esquerdista no Poder, mudei de idéia.

Eleitor. Hoje defendo que o eleitor ao fazer seu Título, seja obrigado a ler um parágrafo da Constituição Federal, aleatório, e depois escrever outro, qualquer um, ditado pelo funcionário da Justiça eleitoral. Se não atender estes dois quesitos, deverá retornar um ano depois e repetir a prova. Até então não receberá seu Título.

Candidato. Como já exposto no projeto Capitalismo Social, para se apresentar como candidato, o cidadão deverá ter o Título Eleitoral regularizado – além de ficha limpa - e se prestar a uma Prova de Qualificação na Justiça Eleitoral. Nesta prova, além de outros temas, nada difíceis, nada comparado a um ENEM ou vestibular, ele terá que demonstrar que consegue interpretar textos. Nada também daqueles textos esdrúxulos com os quais alguns de nossos “intelectuais” brindam o público e que nem eles mesmos entendem. Seriam textos, principalmente, de Leis existentes e que o candidato deverá interpretar.
Faço questão de frisar este aspecto, pois o país está tomado de pessoas que tem diploma e ... só. Com a preocupação de formar “profissionais” em quantidade cada vez maior, nossas faculdades se transformaram em fábricas de diplomas. Esqueceram de transmitir saber, e, deveres. Só fazem transmitir direitos, para que depois esses alunos possam reclamar de tudo e de todos, cada vez de forma mais violenta, mas sem saber oferecer soluções.

Analfabetos, por mais que tenham caráter e experiência de vida, não podem escrever as regras que nortearão o convívio da sociedade. Se são incapazes de ler um projeto e de interpretá-lo, não podem absolutamente legislar.
O que temos que alcançar, e rapidamente, e isto é possível, é a escolarização, mas com qualidade, do hoje analfabeto, seja ele jovem ou já de mais idade, passando por aqueles que já se encontram nos bancos escolares, do 1º ao 3º grau.

Para que esta transformação seja possível, temos que enfrentar o principal problema brasileiro: o custo da máquina pública, que gasta quase todo dinheiro arrecadado de forma criminosa. Não falta arrecadação, o que falta é honestidade na sua gestão, um mínimo que fosse.

Por mais que tenha trazido benefícios, a Lei de Responsabilidade Fiscal, - ultimamente acintosamente desrespeitada -, traz no seu bojo um grave defeito, que é permitir contratação de pessoal até um limite percentual da arrecadação, independente se estas contratações se fazem necessárias ou não. Subiu a arrecadação, pronto, pode contratar mais alguns da grande família: cabos eleitorais, parentes, amantes e amigos.

A realidade tem nos mostrado que estas contratações são sim desnecessárias, principalmente quando feitas para a área administrativa, onde a burocracia cria papéis à serem preenchidos, apenas para dar serviço para o excesso de pessoas e infernizar a vida do contribuinte. Lei de Parkinson.

Observa-se também na União, além de estados e municípios, que onde tem trabalho a fazer, faltam pessoas. Nas Secretarias de Educação então, o fenômeno chega ser grotesco. Faltam professores (trabalho), atividade fim, e sobram pessoas no serviço burocrático, auxiliar, que para ter o que fazer, se dedicam a preparar a greve do próximo ano, já marcando data, local e duração.

Neste momento histórico que atravessamos, Lava Jato, temos a maior parte dos estados falidos, sem falar dos municípios. Com 11 milhões de pessoas empregadas no setor público e a metade sobrando, nenhum político ousa desafiar os sindicatos da categoria e trazer este grave problema à tona, para ser racionalmente debatido. Primeiro que os sindicatos são tudo menos racionais. Segundo, que quase todos que estão nas folhas de pagamento, e sabidamente sobrando, foram lá colocados por estes mesmos políticos.

Então, para não ter que se incomodar com isto, permite-se que analfabetos votem, que analfabetos legislem, que analfabetos inchem as folhas de pagamento, uma vez que ninguém está mesmo preocupado em resolver problema nenhum, apenas cuidar dos seus interesses particulares e de seus partidos.

A “Nova República” instaurada em 1986 e que elaborou a Constituição de 1988, a “Cidadã”, não tem solução para o problema. Tudo que nossos “governantes” fazem, é passar o pinico em Brasília, para ver se o Tesouro Nacional quebra o galho deles, até que a economia, cada vez mais dependente dos outros países, volte à crescer em função de decisões externas. Provavelmente não haverá mais indústria e empresas brasileiras para celebrarmos, mas os parasitas da nação terão garantido seus cabides de emprego.

O Brasil tinha em 2013, 5 milhões de desempregados. Chegamos em 2016 à 12 milhões. Isto não sensibiliza ninguém no setor público, que continua, através dos seus sindicatos, fazendo greve por aumento de salário e invadindo prédios públicos para impedir que alguém ouse sequer debater a situação calamitosa à que foi levado, em primeiríssimo lugar, pelas suas folhas de pagamento.

Máquina pública cara, ineficiente e falida
Enquanto isto, quem trabalha, produz e paga os impostos para que o Estado possa atender suas obrigações Constitucionais em educação, saúde, segurança e infra-estrutura, está parando.
Sem dinheiro, desestimulado e cansado de pagar imposto para sustentar parasitas, que além de não trabalharem, depois se aposentam com salário integral.

Nem é preciso salientar que o dinheiro arrecadado e que não é gasto em folhas de pagamento, aquele pouco que resta, esse é roubado, por todos aqueles que tem poder de decisão.

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