terça-feira, 4 de outubro de 2016

Desencanto com nossas eleições

Martim Berto Fuchs

Ao ir votar domingo a tarde nas dependências da Univali, escutei os anseios de alguns jovens pela sua primeira participação em eleições. Fiquei triste ao lembrar que há 42 anos eu também pensava que o ato de votar resolvia alguma coisa.

Naquele ano, 1974, conheci pessoalmente algumas pessoas que foram eleitas para cargos federais. Esperava-se muito delas. Não sei se pela ditadura vigente, ou porque o sistema político não permitia - como até hoje não permite -, mas continuo esperando que aconteçam as soluções propostas então.

Quase todos os políticos eleitos naquele ano já desencarnaram, novos personagens subiram ao palco, novas propostas foram apresentadas, e ... continuamos aumentando a dívida, seja em dinheiro para com os emprestadores, ou moralmente para com a sociedade, que afinal é quem paga tudo, desde a sustentação da inútil máquina pública, até o tanto que se devolve, com juros, para os rentistas.
Estes tem retorno do dinheiro aplicado; mas do dinheiro que lhe foi extorquido sob pena de prisão, a sociedade só tem como retorno a propaganda enganosa, da qual os últimos que ocuparam o trono em Brasília, se especializaram.
Não sei quantas gerações ainda serão iludidas pelos políticos, que mesmo sabendo que o sistema não funciona, se negam modificá-lo.

5.568 prefeituras falidas, ou tem alguma que não esteja ? O maior vencedor desta farsa de domingo foi o Sr. João Dória, São Paulo capital, mas que se não tomar providências sérias, acabará seu mandato como acabou o do Haddad: pintor de faixa de ônibus. A arrecadação não cobre mais nem as despesas já previstas, que dirá novas.

O único candidato que até agora enfrentou abertamente o status quo, mas que ainda não está eleito, pois terá que enfrentar o 2º turno, é o atual Dep.Fed. Nelson Marchesan Jr., e que está disputando a Prefeitura de Porto Alegre.

Sua tarefa é duplamente perigosa, pois está enfrentando a máquina socialista que domina a região metropolitana há muitas décadas e que sem guerra não abrirá mão dos privilégios, e do próprio sistema político apodrecido, mas que seus colegas, de todos partidos, defendem com unhas e dentes.

Se Nelson Marchesan Jr. vencer o segundo turno, o que não será fácil, pois agora terá contra si não apenas a máquina do PMDB, mas também a do PDT e de todos partidos de esquerda, PT, PSOL e outros, que na grande Porto Alegre ainda são fortes, ele, para por em prática suas promessas de campanha, correrá, inclusive, risco de vida. Uma coisa foi prometer acabar com os privilégios do setor público. Outra, será conseguir implementar esta e outras reformas propostas.

Se conseguir, mudará a história do Brasil, pois mudanças de tal magnitude repercutirão em todo país e também no exterior. Ou, lá se vão mais 4 anos nos quais a máquina pública continuará desfrutando das regalias de sua casta, com o dinheiro extorquido dos cidadãos de “segunda classe” que a sustentam, nós.

Se conseguir, se qualificará para a disputadíssima e única vaga do partido (PSDB) para as eleições presidenciais de 2018. Enfrentará Aécio, Serra e Alckmin e os vencerá, pois é muito mais difícil, indigesta e perigosa a parada em Porto Alegre, enfrentando os comunistas Pont, Rossetto, Tarso, Olívio, Maria do Rosário, Luciana Genro e outros mais, além das viúvas do socialista Brizola, sem falar do sindicalismo pelego que manda e desmanda nos governos municipal e estadual, do que enfrentar a máquina café com leite do tucanato.

Desejo-lhe sorte, muita sorte. E muita coragem. Vai precisar.


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