segunda-feira, 11 de abril de 2016

Partidos políticos, Clube Militar e capitalismo de estado

Martim Berto Fuchs

Também tenho defendido, como último recurso, a intervenção militar, nos moldes do autorizado no Artº 142 da nossa Constituição Federal.

Acompanhei nos tempos de estudante, 1964, a intervenção das FFAA no processo político.
Naquela época, Jango, Brizola, Arraes e outros menos votados, foram mais incisivos na tentativa de aplicar o modelito falido da dupla Marx/Lenin aqui no Brasil. Estavam todos encantados com a odisséia do Fidel Castro lá em Cuba. Principalmente Brizola.
Mas, não tinham uma base estruturada como hoje tem o lulopetismo, encarregado de promover as diretrizes do Foro de São Paulo, que nada mais é do que a implantação do socialismo, seja lá que nome queiram dar atualmente, mas com todas pseudo assertivas do marxismo.

Desta vez, os novos esquerdistas, o lulopetismo, pois a esquerda brasileira sem Lula não existe, conseguiu montar uma estrutura abrangente no setor público à nível federal. Estão, sem dúvida nenhuma, numa situação mais confortável para tentar permanecer no poder e gradativamente impor seu desiderato, que é acabar com a propriedade privada e a empresa privada.

Getúlio Vargas, no fim dos seus 15 anos de poder absoluto, 1930/1945, criou dois partidos políticos, o PTB e o PSD.
O PTB, criado para não permitir a adesão dos trabalhadores ao comunismo, acabou, nas mãos de Brizola, com Carta Testamento e tudo, ironicamente, se transformando num partido socialista, que ele, para não perder eleições no RS, negava enfaticamente.
O PSD, criado para abrigar a oligarquia agrária e o empresariado sócio do Tesouro Nacional, manteve seus propósitos até a extinção em 1965.

Dos novos partidos políticos, criados à partir de 1979, se destacam no momento o PT, que substituiu o PTB de 1964, e o PMDB, que substitui o PSD de então. Se desconsiderarmos os atores, só mudaram os nomes, como sempre ocorre no Brasil. Mudar para nada mudar.

O Clube Militar, que desde 1922 (Tenentismo) passou à ter voz ativa nas questões políticas nacionais com seu nacional-desenvolvimentismo, continua arraigado aos seus princípios de quase 100 anos atrás, na época que estatização da economia era a nova moda lançada pela Rússia e seguida pela Itália e Alemanha.

Com os governos militares a partir de 1964, que colocaram à correr os defensores  do coletivismo, a empresa nacional teve todo apoio para se desenvolver, bem assim como empresas estrangeiras e principalmente novas empresas estatais, processo iniciado na era Vargas.

Desde então, mas principalmente à partir da campanha do petróleo é nosso, 1953, que o Clube Militar se divide entre essas duas correntes: uma defendendo ardentemente a criação de empresas estatais, as 2 x 1, um trabalha e dois olham, e outra que também apóia o desenvolvimento das empresas privadas, sejam nacionais ou estrangeiras.
No grupo dos apoiadores de estatais e do nacional-desenvolvimentismo, estão aqueles que acham correto o desenvolvimento à qualquer custo e preço, independente de como a história terminará. Sabemos de antemão como terminará, por mais um exemplo, como o da Venezuela, cujas reservas cambiais, que há três anos estavam na casa de US$ 483 bilhões, hoje não chegam a US$ 10 bilhões. Dilapidação única na história da economia mundial. Já estão entrando em férias coletivas gerais para não gastar energia, isto sendo um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

Um dos apoiadores e defensores do nacional-desenvolvimentismo é o coronel reformado Gélio Fregapani, que em artigo publicado no site DefesaNet e também apresentado no Brasil Soberano e Livre, declara:

“Foi publicado que o nosso Pais dispõe de 380 bilhões de dólares em reservas cambiais. Os entreguistas se opõem a utilização das reservas como esse dinheiro não tivesse sido acumulado para utilizá-lo para tocar investimentos e nas horas difíceis. Para eles, as reservas servem apenas para dar credibilidade internacional e quando muito para garantir o pagamento dos juros da dívida externa. Para o resgate da dívida, (mesmo parcial) nem pensar, pois isto significa matar a galinha dos ovos de ouro (dos credores, claro).
Certo, o ideal é utilizar os recursos disponíveis para alavancar investimentos que propiciem maior produção, empregos, renda, e consumo como ferrovias, estradas, portos, hidrelétricas, refinarias, poços de petróleo, silos para armazenamento agrícola e outras obras de infraestrutura priorizando a área de pesquisa, inclusive a de material bélico, sem a qual dificilmente há desenvolvimento.
Deixar esse dinheiro parado se assemelha ao mau general, que não emprega sua reserva nem para impulsionar uma fração que avança nem para socorrer outra em dificuldade.  A forma mais burra é manter esse dinheiro eternamente parado, sem utilidade e até dando despesas.
E quando não houver mais reservas e for indispensável recursos para progredir ou fazer face a uma calamidade? – Imprima-se!  A pior coisa a fazer é pedir emprestado. O dinheiro impresso causa a mesma inflação que o dinheiro conseguido por empréstimo e se for empregado em um investimento que crie riquezas, compensará.”
 Os grifos são meus.

Quer dizer, nem houve uma intervenção militar na nossa caótica política e já se está de olho nas nossas reservas (fluxo de caixa indispensável em qualquer empresa que se preze) para investimento em novas empresas 2 x 1, um trabalha e dois olham, ou, estatais ?

Ou seja, as causas que afetam diretamente nosso país não são levadas em consideração, como se nos últimos 13 anos nossos políticos não tivessem arrecadado da população otária, mais de

R$ 25 trilhões de reais !!!
Onde foi empregado esse dinheiro ???
Agora já querem também fazer uso das reservas, como o nome já diz, reservas, se nem do outro valor foi prestado conta ?

Se a classe política não teve competência para fazer bom uso em investimentos com a arrecadação normal, pelo contrário, GASTOU tudo, criminosamente, por que faria bom uso das reservas ? E a pérola da proposta vem à seguir: “quando acabarem as reservas, IMPRIMA-SE.”

Já disse inúmeras vezes e vou repetir quantas vezes for necessário: antes de apoiarmos irrestritamente uma nova intervenção das FFAA na nossa PODRE política, tem que se olhar para o sistema que a mantém. Extinguir novamente as organizações criminosas pomposamente denominadas de partidos políticos e substituí-las por novas ARENA e MDB, não resolve absolutamente nada. É mudar para continuar tudo igual.

E continuar apoiando claramente o capitalismo de estado, empresas estatais pertencentes à classe política, de seus defensores sempre engajados, e de sua enormidade de empregados sem trabalho, que de públicas só tem o dinheiro tomado da população para criá-las, é perseverar num erro comprovado.

Temos opções !!! Por que não discuti-las pública e abertamente, sem conchavos em hotéis de luxo ou em clubes ? O que impede esse debate ? As viseiras ideológicas e os interesses escusos da nossa classe política e seus financiadores/fornecedores ?  


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