terça-feira, 3 de novembro de 2015

“Elite contra o povo”

Olavo de Carvalho

30 de outubro, em seu Facebook:

"Como é que um governo continua durando com apenas um por cento de apoio da população? É que o um por cento se compõe de: 
a) As quinze famílias mais ricas do país e, de modo geral, toda a oligarquia bancária e empresarial;
b) A classe política praticamente inteira;
c) A grande mídia;
d) Professores universitários;
e) Show business;
f) Juízes;
g) Forças Armadas.
É a elite contra o povo. É a minoria mais cínica e prepotente que já se viu no mundo, sustentando uma ditadura sórdida e garganteando a 'estabilidade das nossas instituições'.

Instituições criminosas

Sob qualquer aspecto que se examine, as instituições que pesam sobre nós são indefensáveis. Fazer de conta que a roubalheira comunopetista atenta contra elas, ou constitui um risco para elas, é inverter a realidade das coisas. A roubalheira tudo deve a essas instituições.

Já comentei aqui, brevemente, a pesquisa da CNT sobre a queda da confiança popular nas várias instituições e a do Datafolha que mostra o abismo de diferenças entre a opinião popular e a dos políticos. (V. o meu artigo http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/16126-2015-10-15-22-00-41.html e as fontes:http://imguol.com/blogs/52/files/2015/07/pesquisa-cntmda-128-relatorio-sintese.pdf ehttp://epoca.globo.com/tempo/filtro/noticia/2015/10/politicos-brasileiros-sao-mais-liberais-do-que-o-eleitorado-diz-pesquisa.html.)

O confronto dos resultados leva a uma conclusão inexorável: no sistema representativo brasileiro, os representantes não representam a vontade dos representados.
Tampouco a representam o poder executivo, os juízes, os comandantes militares e outras excelências cujas opiniões majoritárias seguem as dos políticos, não as do povo, o qual por isso mesmo, como se vê na pesquisa da CNT, não confia em nenhuma dessas criaturas nem vê nelas os porta-vozes dos seus interesses.

Pura e simplesmente, não há um sistema representativo no Brasil. Há um sistema de coleta de votos para candidatos pré-selecionados segundo os interesses do grupo dominante e uma máquina de drenagem de impostos para sustentar nos seus cargos os antagonistas diretos e cínicos do povo brasileiro.

Por isso mesmo, todo discurso anticorrupção que se baseie na defesa das “nossas instituições” é uma fraude que tem de ser denunciada tanto quanto a corrupção mesma.

Essas instituições, cujo conjunto forma a “Nova República”, foram concebidas justamente para isolar e proteger a elite governante, tornando-a inacessível ao clamor popular.

Quem, senão as belas “instituições”, deu ao executivo os meios de aparelhar o Estado inteiro e fazer dele o instrumento dócil dos interesses partidários mais sórdidos e criminosos?

Quem, senão as “instituições”, permitiu que se elegesse uma presidente numa eleição secreta e opaca, blindada antecipadamente contra qualquer possibilidade de auditagem?

Quem, senão as “instituições”, permitiu que o Estado se transformasse no protetor de toda conduta marginal e criminosa, fazendo do Brasil o maior consumidor de drogas do continente, o maior promotor de violência contra os professores nas escolas e um dos recordistas mundiais de assassinatos?

Quem, senão as maravilhosas “instituições”, permitiu que um povo majoritariamente conservador e apegado a valores cristãos fosse representado na Câmara e no Senado por esquerdistas empenhados em fazer tudo ao contrário do que esse povo quer?

Quem, senão as sacrossantas “instituições”, permitiu que as escolas infanto-juvenis se transformassem em academias de sexo grupal, quando não em matadouros de professores, reduzindo as nossas crianças à condição de imbecis violentos, prepotentes e hiper-erotizados que anualmente tiram os últimos lugares nos testes internacionais mas tirariam os primeiros se fosse concurso para ator pornô ou cafajeste-modelo?

Quem, senão as “instituições”, desarmou a população brasileira ao mesmo tempo que, paparicando as Farc tão queridinhas do PT, permitia que os bandos de criminosos se equipassem de armas melhores e mais potentes que as da polícia?

Quem, senão as “instituições”, deu aos criminosos que nos governam o poder de burlar o quanto queiram o processo legislativo, legislando através de decretos administrativos, portarias ministeriais e até regulamentos departamentais?

Quem, senão as “instituições”, permitiu que ONGs de quadrilheiros armados fossem não só financiadas com gordas verbas federais mas se beneficiassem de toda sorte de privilégios ao ponto de tornar-se integrantes extra-oficiais do aparelho de Estado?

Quem, senão as “instituições”, permitiu que o Parlamento se superlotasse de pseudo-representantes eleitos sem votos, pela mágica dos acordos interpartidários – um artifício que, por si, já basta para fazer do sistema representativo inteiro uma palhaçada?
Releiam a Constituição de 1988, o Estatuto da Criança e do Adolescente, a legislação eleitoral, etc. etc. e digam se o descalabro dos governos petistas já não estava todo lá em germe, apenas aguardando a oportunidade macabra de saltar do papel para a realidade.
Sob qualquer aspecto que se examine, as instituições que pesam sobre nós são indefensáveis. Fazer de conta que a roubalheira comunopetista atenta contra elas, ou constitui um risco para elas, é inverter a realidade das coisas. A roubalheira tudo deve a essas instituições. Elas são as mães e protetoras do crime institucionalizado.

Por isso é que todo movimento soi-disant de oposição que se concentre exclusivamente num pedido de impeachment da Sra Dilma Rousseff, em vez de exigir a imediata destituição de todos os astros e estrelas do sistema, é um erro na melhor das hipóteses; na pior, um engodo proposital.

Depois de quarenta anos de monopólio esquerdista da mídia, das universidades, dos movimentos de rua, das verbas oficiais, dos cargos públicos e de tudo quanto existe; depois de políticas insanas que levaram o Brasil a tornar-se o país mais assassino e o maior consumidor de drogas do continente; depois da completa destruição da alta cultura e do sistema educacional no país; depois dos maiores episódios de corrupção da história universal; depois do desmantelamento da agricultura nacional por grupos de invasores financiados pelo Estado; depois da expulsão de milhares de brasileiros das suas terras, para dá-las a ONGs indigenistas, depois de tudo isso o "resgate da nacionalidade" há de constituir-se da simples remoção da sra. Dilma Rousseff da presidência da República? Será que os oposicionistas se uniram ao PT no empenho de gozar da nossa cara?

Publicado no Diário do Comércio.

Comentário do blog:  “Elite contra o povo”. Ou, a Corte contra o povo. Desde sempre. Continuamos uma Monarquia, apenas Republicana e não mais Absolutista.(MBF).



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