quinta-feira, 5 de setembro de 2013

As reivindicações da vez


“”Por Rubens Valente, na Folha de 2ª feira:
Com uma pauta de reivindicações liderada pela “prisão dos mensaleiros” e que inclui o fim do voto obrigatório e a saída de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado, o Anonymous planeja atos em 140 cidades durante o 7 de Setembro. Desde junho, o grupo aposta as e depois elas não mais fichas no que chama de o “maior protesto da história do Brasil”. Os integrantes do Anonymous só se identificam por meio de apelidos e usam máscaras similares à do filme “V de Vingança” (2006).””

Nada tenho contra protestos pacíficos. Aliás, acho mais do que necessários, pois são uma das poucas maneiras de mostrarmos nossa indignação às tais de “otoridades”.
Nosso sistema político permite que as “otoridades” se coloquem acima da Lei. Esse problema vem desde sempre, ou, desde que o sistema democrático grego de participação direta foi abandonado e implantaram o sistema representativo.
Some-se a isto a atuação predatória dos que manejam o dinheiro do mundo e teremos o pano de fundo para as mazelas da maioria da população mundial.

As reivindicações da vez
1. Prisão dos mensaleiros. Até concordo com as colocações do PT e da base“enlameada”: - Por que só os nossos ladrões ? E os outros ? Seja como for, está novamente se atacando os efeitos. As causas permanecem intocadas, ou seja, o sistema político que permite que somente quadrilheiros sejam escolhidos como candidatos pelos donos dos partidos políticos.
2. Fim do voto obrigatório. Está aí uma ilusão. Não é isso que elege bandidos. Com ou sem obrigatoriedade de votar, nós não escolhemos ninguém; apenas hoje somos obrigados à referendar um dos ungidos, sob pena de nos multarem. A não obrigatoriedade não mudará a lista de prontuários que nos é imposta para “votarmos”.
3. Saída de Renan Calheiros. E vai mudar o que se sair um dos “irmãos metralhas” ? A Corte coloca outro irmão no seu lugar. Ou, outro companheiro, pois “familia que rouba unida permanece unida”. O que tem que mudar é a forma de escolhermos os candidatos. Começa por aí.

Manifestações
O que não podemos é abusar do uso de manifestações públicas, sob pena de vulgarizarmos o procedimento e depois eles não mais chamarem atenção.
Segundo, precisamos de uma agenda positiva, debatida, no sentido de alterarmos as causas, pois mudar Renan por outro do mesmo tipo, algo como Sarney, não muda em nada a situação da grande maioria do povo brasileiro.
Terceiro. As manifestações não podem apenas servir para notabilizarmos novos pseudos líderes, que quando passam fazer parte da Corte, declaram: “Esqueçam o que eu disse”.
Condenar o que aí está é fácil, pois a decadência moral é total. Difícil é propor algo novo, fora do anacronismo do marxismo sempre revivido pelas esquerdas, que na falta de propostas voltam com essas velhas e surradas bandeiras.

Também não adianta discutirmos as mesmas propostas dos americanos, capitalismo selvagem, sempre apresentadas pelos candidatos democratas ou republicanos, duas faces da mesma moeda. Saiu o psicopata George Bush (republicano) e entrou o bem intencionado Obama (democrata). E daí ? Ambos selecionados antecipadamente pelos que realmente mandam. Ou a eleição na França, Hollander por Sarkosy, esquerda no lugar da direita, mudou alguma coisa para o povão ?

Chega de manifestações em cima dos efeitos. Temos que encarar as causas.

Proposta completa de Capitalismo Social: agosto 2012.

Nenhum comentário: