quarta-feira, 3 de julho de 2013

Grandes empreendimentos podem sim ser nacionais e realizáveis


Vejamos um exemplo, TREM BALA, mas que serve de base para todos grandes empreendimentos necessários para o Brasil deslanchar.
1. Nos moldes proposto pelos atuais governantes.
Nos cálculos do governo e seus financiadores e parceiros, esta PPP – Porcaria Público Privada, na modalidade concessão por 30 anos, custaria 50 bilhões + os aditivos que com certeza virão e sempre extrapolados nos limites da lei: 25%.
Portanto essa obra nos custaria 62,5 bilhões de reais.
Como são 412 km, nos custaria a “bagatela” de 151,7 milhões o km., sendo:

70% caberia ao BNDES = 43,75 bilhões (dinheiro de quem ???).
20% ao consórcio vencedor = 12,5 bilhões (mais BNDES ???).
10% Fundos de Pensão de Empresas Públicas e Funcionalismo Federal = 6,25 bilhões.

Detalhes:
- Ao iniciar o prazo de 30 anos da concessão, ou seja, já no término da obra, repito, da obra, muita gente milionária, no governo e fora dele. E os bancos das Ilhas Caymã agradecendo antecipadamente.
- Durante os 30 anos da concessão, greve todo ano por reajuste salariais por parte dos funcionários do trem-bala. Nada diferente do que ocorre hoje com os metrôs e TODAS outras empresas públicas.
- No fim dos 30 anos, um monte de sucata à disposição do governo e nova concorrência bilionária.

2. Nos moldes proposto por Capitalismo Social
Exagerando, consintamos num custo de 100 milhões/km que multiplicado pelos 412 km daria um valor de BR$ 41,2 bilhões, já incluso eventuais aditivos e capital de giro para iniciar a operação.

Assim distribuídos: Empresa Social Trem Bala = 100% do capital = BR$ 41,2 bilhões.

1. Holding A = 51% do capital total = BR$ 21,012 bilhões

Associados da Holding A:
1.1. Governo Federal = 51% do capital da Holding A = BR$ 10,716 bilhões (1).
1.2. FIPS = 29% da Holding A = BR$ 6,093 bilhões (2).
1.3. Consórcio vencedor = 20% = BR$ 4,002 bilhões (3).

2. Acionistas via Bolsa de Valores = 49% do capital total = BR$ 20,188 bi (4).

(1). Governo Federal.  Esse dinheiro viria dos impostos cobrados pelo governo federal, especificamente para ferrovias. (ver 5.13 – Impostos, taxas, multa, pedágios e royalties-agosto 2012).
(2). FIPS – Fundo de Investimento e Previdência Social (ver 5.12-FIPS – Sistema Previdenciário-agosto 2012). Reversível para outros acionistas após a obra pronta e em funcionamento.
(3). Consórcio vencedor da obra civil, Empresa Social nacional. Participação paga em parcelas que não podem ultrapassar ¾ partes do tempo previsto da obra, sem ser de empréstimos, muito menos do BNDES. Capital próprio e o lucro da obra cobrem essa participação. Se não tiver capacidade financeira, poderá fazer a obra mas não assumir os 20% que lhe cabem, sendo necessário outros parceiros. Não faltarão interessados.
Os vendedores do equipamento, estrangeiros, recebem o valor contratado, mas não tem participação acionária.
(4). Acionistas através das ações vendidas na Bolsa de Valores, exclusivamente para pessoas físicas, sendo que nem um pode ter mais de 1% desse valor, e cotas mínimas de 10.000 ações de R$ 1,00/cada, pagas em parcelas que não podem ultrapassar ¾ partes do tempo previsto da obra.

§. As ações terão o preço de venda garantido, R$ 1,00 cada, sem opções ou outras tramas, até a obra alcançar ¾ partes do seu cronograma, ou, por outra, até a venda do estoque total de ações.
§1. Esta estrutura acionária é permanente; não pode ser modificada por assembléia de acionistas.
§2. Quando o FIPS participa como acionista, será sempre como temporário. Uma vez estabilizada a empresa, outros pessoas físicas ou jurídicas nacionais poderão comprar estas ações. O retorno financeiro do empreendimento determinará esse tempo, pois o papel do FIPS é viabilizar empreendimentos, ter o retorno do seu capital acrescido do lucro indispensável para a garantia futura de todos trabalhadores brasileiros.

3. Esta composição acionária não permite e não prevê empresas estrangeiras como associadas; primeiro por desnecessário e segundo evita a remessa de lucros para o exterior, salvo o lucro das ações vendidas na bolsa de valores para pessoas físicas.

Essa Empresa Social Trem Bala, e outras como aeroportos, portos, grandes empresas, tem por obrigação apresentar lucro, pois lucro é o fermento do desenvolvimento. Mas não um lucro auferido, por exemplo, como hoje acontece com as empresas de telefonia, todas, onde a má fé e o desrespeito pelos clientes é manifesto e é regra para seus ganhos.

Também, não sendo empresa estatal e sim empresa social, como já exposto em (ver 5.10 – Empresas Sociais - agosto 2012), desde o edital e posterior concorrência para realização do empreendimento, o valor final diminui para níveis aceitos internacionalmente e que não nos causarão constrangimentos como no momento atual e passado, onde somos campeões mundiais da corrupção.

E principalmente se refletirá no valor das passagens para utilização do trem-bala, podendo remunerar condignamente seus trabalhadores, que além de tudo participarão de 50% do lucro da empresa.

Todas Empresas Sociais desta monta, poderão ter a participação do Governo Federal, que num novo paradigma, representarão e servirão a sociedade e não dela se servirão, como até hoje.

Não custa repetir que o Brasil só mudará seu rumo se abandonar o sistema no qual se assenta desde 1808, Monarquia Absolutista, alterada para Monarquia Republicana em 1889.

A máxima do capitalismo selvagem hoje aplicada por todos, ou seja, lucro à qualquer custo, de qualquer maneira, inclusive acima das Leis - ensinada em cursos para administradores e exigida pelos proprietários -, é uma visão que tem que ser abandonada, e não mais glorificada.

Em algum momento a sociedade terá que tomar consciência que não pode mais manter essa premissa de lucro à qualquer custo, e isto, como contra-partida, enterrará definitivamente o marxismo, esse caixão que se mantém insepulto enquanto o capitalismo não se transformar em social.

O erro não está no lucro - fermento do desenvolvimento, nem na diferença de rendimento entre as pessoas, recompensa esta pela venda do seu conhecimento e participação no trabalho -, e sim na crença e imposição doentia, burra e desumana de que apenas o capital deva usufruir dos resultados, e, resultados ainda por cima, em grande parte, obtidos de maneira desonesta ou especulativa, e pior, especulação manobrada.

Não será difícil vender os 49% das ações via Bolsa de Valores –
BR$ 20,188 bilhões em ações de BR$ 1,00 cada, pacote mínimo de 10.000 ações e máximo de 201.880.000 ações, para pessoas físicas; desde que as mesmas tenham a certeza de que o processo todo não seja uma grande fraude, onde, como sempre até hoje, poucos ganham muito e muitos perdem tudo nos cassinos intitulados de Bolsa de Valores. Exemplo atual: Eike Batista e suas “empresas”.

Como está comprovado, no atual sistema político e de governo, não se consegue separar 50 bilhões/ano para investimento, de uma arrecadação de mais de 1.500 bilhões/ano.  Um descalabro.
Estou propondo em Capitalismo Social, porque é perfeitamente viável, o investimento de mais de 300 bilhões/ano.

É isto que a sociedade tem que estar discutindo diuturnamente e não as manobras táticas apresentadas pela Corte para desviar a atenção da sociedade e deixar tudo como está, mudando apenas alguns nomes e entregando a cabeça de algum “bode expiatório” como o desse Dep.Fed.de Rondônia, Natan Donadon, com processo desde 1999, condenado em 2010, engavetado, e agora rapidamente encarcerado, para se justificarem perante à opinião pública.

Desde 1922 quando foi escrita a letra do Hino Nacional, somos um país do futuro, sem presente. Chega. Se for preciso mudar a letra do nosso Hino, que se mude, mas precisamos viver no presente, pois passado só serve como referência e o futuro será o que fizermos hoje. Hoje e não amanhã. Não se vive no futuro. 

Portanto, está mais do que na hora da sociedade usufruir do presente e não apenas os membros da Corte !!!
 

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