segunda-feira, 7 de maio de 2012

Trabalhador

Historicamente o elo fraco da corrente. Não é para menos, pois todos aqueles que se dispõe reforçá-lo, para que sempre ali não se rompa, tão logo alcançam uma posição que lhes permita corrigir a distorção, esquecem-na.

Na era cristã, ocidente, começando pelo Império Romano e Monarquias, quem trabalhava para os outros e não tinha uma posição um pouco privilegiada, nunca passou de bucha de canhão. Usado, utilizado, sugado, exprimido e jogado fora, igual bagaço. Esta situação dos vassalos durou até +/- o ano 1.000.

Com o crescimento populacional entre os vassalos e mesmo entre os proprietários de terras, nobres, e sem dar conta de se manterem, surgiram os burgos, futuras cidades, para absorver essa mão de obra. Novamente, quem fazia o trabalho mais simples porém indispensável, tinha valor apenas enquanto prestava o serviço. Terminada a tarefa, ficava à deriva até nova ocupação.

Neste ínterim, tanto nobres como vassalos, desempregados no campo e nos burgos, foram utilizados nas guerras. As Cruzadas foram um exemplo de emprego temporário. Eram pagos com o saque. Até o fim do que se convencionou chamar de Idade Média, idade das trevas, sobreviveram disso, guerras e bicos.

Inglaterra, início da industrialização e do conceito de liberalismo, cristão, prometia mudar a situação da população em geral, mediante trabalho com registro. Criou-se a máxima de primeiro deixar crescer o bolo para depois dividir. Esqueceram a divisão. Os proprietários comeram o bolo e os trabalhadores as migalhas.

Como contra-ponto surgiu o movimento trabalhista, sufocado pelos proprietários com apoio dos governantes, e com os trabalhadores novamente ao relento.

Muitas teorias socialistas surgidas na Europa nesse período nunca foram levadas à prática, até que o Manifesto  Comunista e o livro “O Capital” de Marx e Engels, mais consistentes e por conseqüência melhor difundidos, despertou a atenção de líderes de trabalhadores e dos plutocratas - donos do dinheiro circulante no planeta - e que desde meados do século 18 visualizavam a possibilidade de domínio global. Aceitando a teoria da dialética, de Hegel, tese, antítese e síntese, convalidaram e financiaram as teorias socialistas de Marx, de governos populares, ateus, dirigidos pelo Estado, sem propriedade, herança e autonomia pessoal, como antítese, contra seu próprio mundo cristão, monárquico, economicamente favorável à livre empresa e à individualidade pessoal, tese. Novamente não havia maiores preocupações com o trabalhador por parte dos idealizadores, salvo na retórica e no uso dos mesmos para alcançar seus fins.

As teorias de Marx, socialistas, foram finalmente implantadas na Rússia em 1917, agora denominadas de comunismo. Financeiramente trouxeram o retorno esperado para seus idealizadores e patrocinadores, mas como objetivo final para chegarem à almejada síntese, o tempo foi curto. A morte do comunismo na Rússia foi anunciada em 1989. Ainda não o enterraram na Coréia do Norte e Cuba, mas estes já procuram explicações para abandonar o ex-barco comunista antes que submerjam de vez, pois afundando já estão.

Entre os motivos do fracasso, não previstos mas que a prática demonstrou, podemos citar:
1. Eliminaram o lucro, fermento do desenvolvimento.
2. Independente de trabalho realizado, garantiram o emprego, principal motivo da acomodação, relaxamento e conseqüente ineficiência na produção.
3. Igualaram os desiguais, todos no mesmo nível, não valorizando o conhecimento e capacidade individual.
4. E como ateus, não reconheceram que cada ser humano é único e de congênito tem é a personalidade, coletivizando a sociedade. Durante 72 anos conseguiram manter a ilusão de que tinham finalmente descoberto o sistema ideal para o trabalhador. No contexto geral durou pouco.

Na atualidade, o expoente da exploração da mão de obra encontra-se na China e países periféricos, que tendo instituído o comunismo como solução, se viram de uma hora para outra obrigados a procurar amparo no capitalismo e justamente no capitalismo selvagem, este como sempre e cada vez mais maximizando os lucros de todas maneiras possíveis e até independente das Leis. É o paradigma do momento. Estado absolutista abastecendo com mão de obra escrava embora legalizada, empresas multinacionais e capitalistas.

No Brasil, nossos atuais governantes que tem suas origens nos ideais comunistas, com a quebra do mesmo, encontram-se perdidos entre um sistema e outro, conseguindo a “proeza” de enriquecer os ricos e empobrecer os pobres. Iludem, mediante massiva publicidade – 5 bilhões ano só do governo federal -, que com um programa como o bolsa-familia, apenas 12 bilhões de reais/ano em 2011 num PIB de 4,5 trilhões, tenham mudado o perfil de consumo, trazendo este contingente para uma vida digna,  escondendo que paralelamente tiraram mais do que isto dos aposentados da iniciativa privada mediante uma quebra de contrato, jogando-os imerecida e vergonhosamente cada vez mais para uma vida indigna.
A classe média vem sendo sistematicamente rebaixada, ao ponto de hipocritamente  agora classificarem  como tal quem ganha 1.500 reais/mês, o que não paga a mensalidade de uma faculdade de bom nível. Porém para os já consolidados financeiramente, a “sorte” nunca lhes sorriu tanto.
Estranhos paradoxos para um governo que se diz popular, do povo e para o povo.

A tese, liberalismo cristão, e a antítese, comunismo ateu, no que respeita ao trabalhador, falharam. O perigo agora é endossar, por falta de informação, que prevaleça a síntese pensada pelos plutocratas, de um governo único mundial e na mão deles, pois se isto vier acontecer, dificilmente o trabalhador se recupera. Seria a primeira vez na história que os poderosos repartiriam de livre e espontânea “bondade” a fortuna amealhada às custas dos trabalhadores.

Existe outra síntese, que mantém as divisas nacionais, suas bandeiras, seus territórios, mas principalmente que traga a almejada liberdade, individualidade e dignidade para seus trabalhadores, que é o Capitalismo Social. Esta síntese está livre e aberta para debate, sem subterfúgios ou segundas intenções.

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